Em nota divulgada nesta terça-feira (11/10), a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamentou o que caracterizou como "a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno" das eleições deste ano. No começo do documento, a entidade destacou um trecho bíblico que versa que “existe um tempo para cada coisa”.
“Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos”, apontou.
Segundo a CNBB, “a manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho”.
“Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário”, concluiu.
Mais cedo, a Arquidiocese de Aparecida confirmou que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) visitará o Santuário Nacional de Aparecida (SP). Em nota, o Santuário informou que o chefe do Executivo deve participar de uma das sete missas previstas para esta quarta-feira (12), Feriado de Nossa Senhora Aparecida. O documento assinado pelo Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, pede, no entanto, que “a rotina dos peregrinos não seja impactada".
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A Arquidiocese esclareceu ainda que consta na agenda de Bolsonaro a participação em um terço que será rezado na cidade, mas que o evento não tem relação com as celebrações do 12 de outubro. Tanto Bolsonaro como o ex-presidente Lula (PT) têm buscado atrair o eleitorado religioso, tanto católicos como evangélicos, e, por isso, tem acenando com maior frequência a esses públicos.
Já no último dia 7, o presidente participou do Círio de Nazaré, em Belém do Pará, com nova saia-justa. Na ocasião, a Arquidiocese de Belém divulgou nota ressaltando não ter havido nenhum convite da parte da arquidiocese e que não permitiria “qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio."
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