Carlos Alberto Capeletti (PSD), prefeito de Tapurah, município de Mato Grosso, teve que apagar um vídeo em que prometia sortear uma picape zero km aos moradores, caso a cidade fosse a líder do estado em percentual de votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Na decisão da justiça eleitoral, o juiz Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza classifica a ação como prática ilegal de propaganda eleitoral.
No vídeo publicado na última semana, Carlos Capeletti pede que os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) e aqueles que votaram no chefe do Executivo no primeiro turno compareçam no dia 30 para votar em Bolsonaro. “Farei uma rifa de uma picape Strada, zero km, se nós atingirmos o primeiro lugar no estado em percentual em prol do Bolsonaro, certo?”, disse o prefeito.
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Bolsonaro recebeu 4.751 votos em Tapurah no primeiro turno. O número representa 73,05% do total dos votos válidos no município. De acordo com Carlos Alberto Capeletti, se a cifra fosse a maior do Mato Grosso, neste segundo turno, o prefeito do município, localizado a 400 km da capital Cuiabá, iria utilizar os comprovantes de votação para o sorteio de uma picape Strada.
A decisão deste domingo (9) determinou, contudo, a remoção do vídeo das redes sociais do prefeito e o cancelamento de qualquer sorteio referente ao segundo turno. Caso a decisão seja descumprida ou outras ações semelhantes sejam promovidas por Capeletti, ele deverá pagar uma multa de R$ 100 mil.
O Correio tentou entrar em contato com a prefeitura de Tapurah e com Carlos Alberto Capeletti, mas não conseguiu contato pelos canais informados. O espaço segue aberto para manifestações.
Pedido de afastamento
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) pediu que Carlos Alberto Capeletti fosse afastado da prefeitura em abril de 2021 por atrapalhar as ações de combate à pandemia da covid-19. Segundo o órgão, o prefeito incentivou a aquisição e distribuição de medicamentos sem eficácia comprovada.
Além disso, Carlos foi acusado de ter estimulado o desrespeito às normas sanitárias vigentes em Tapurah e de promover a desorganização da frequência de coleta de exames para diagnóstico da covid-19, com o intuito de prejudicar a vigilância epidemiológica e os dados de classificação de risco do município.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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