O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, na manhã deste domingo (9/10), de uma caminhada por Belo Horizonte. A passeata, que vai começar na Praça da Liberdade, na Savassi, e desaguar na Praça Tiradentes, na Região Centro-Sul da cidade, faz parte de uma estratégia adotada pela campanha petista a partir da reta final do primeiro turno.
Depois de uma temporada de comícios em diversos pontos do Brasil, o PT e os partidos aliados passaram a apostar em caminhadas de Lula por pontos estratégicos dos municípios. A avaliação de integrantes do núcleo estratégico é que, com agendas do tipo, o candidato ao Palácio do Planalto consegue ampliar o roteiro de viagens e visitar mais localidades.
Neste sábado (8/10), por exemplo, Lula percorre vias de Campinas, no interior de São Paulo. Ontem (7/10), o mesmo expediente foi usado em Guarulhos, também em solo paulista. Em BH, Lula vai estar na caçamba de uma caminhonete. A expectativa é que ele discurse ao chegar à Praça Tiradentes. O cortejo está previsto para as 11h, mas apoiadores do petista devem se concentrar nas proximidades do Palácio das Mangabeiras por volta das 9h. Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente, também deve participar.
Segundo o deputado federal André Janones (Avante-MG), conselheiro de Lula temas ligados à estratégia digital da campanha, o desafio, neste momento, é conciliar o tempo disponível à necessidade de construir agendas. O segundo turno está agendado para 30 de outubro.
"Todas as cidades e estados são importantes. Temos um país de dimensões geográficas gigantescas. A escolha pela caminhada foi pelo objetivo de otimizar tempo. Toda a estrutura de um comício, a mobilização, as apresentações, as falas, (fariam com que) ele conseguisse visitar menos cidade e estados", diz, ao Estado de Minas.
Depois da derrota de Alexandre Kalil (PSD) para Romeu Zema (Novo) no primeiro turno da corrida pelo governo mineiro, Lula ficou sem palanque formal no estado. A aposta, então, passou a ser em apoios diversos, vindos de partidos que não estavam na composição original da frente em torno do petista, como o PDT. Em meio a isso, há a necessidade de minimizar os efeitos do apoio que Zema ofereceu a Bolsonaro.
De acordo com Reginaldo Lopes (PT), deputado federal e coordenador de Lula em Minas, os locais escolhidos para o ato em BH também carregam significados importantes para o ex-presidente. O concorrente ao Planalto tem falado em fazer uma "nova Independência" do país e citado Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira.
"A Praça da Liberdade é muito simbólica, o símbolo do governo de Minas. Queremos descer a Avenida Brasil e chegar à Praça Tiradentes, outro símbolo da luta pela República e pela Independência".
Por novas ações, entorno de Lula vai se reunir em BH
Depois do ato em Belo Horizonte, os aliados de Lula presentes à caminhada devem se reunir ainda na capital. A participação do presidenciável é dúvida, mas é certo que Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, vai coordenar os trabalhos. A ideia é utilizar o encontro para debater a possibilidade de novas agendas do ex-presidente em Minas.
Neste momento, a tendência é que Lula retorne ao estado cerca de uma semana antes do segundo turno, mas lideranças locais tentam conseguir uma terceira visita. Será a primeira vez de Lula em Minas desde os resultados do primeiro turno. A margem sobre Bolsonaro no estado foi de aproximadamente 563,3 mil votos.
Antes da primeira votação, o candidato do PT fez comícios em Belo Horizonte, Montes Claros, no Norte, e Ipatinga, no Vale do Aço. Paralelamente aos compromissos de Lula, Alckmin tem feito incursões solo por regiões brasileiras. Políticos de Minas tentam fazer com que o ex-governador de São Paulo faça uma visita própria a alguma região do estado antes de 30 de outubro. No mês passado, o socialista esteve em Poços de Caldas, no Sul, Uberlândia, no Triângulo, e na capital.
Aliados se amparam em otimismo
Segundo pesquisa divulgada ontem pelo Datafolha e registrada junto à Justiça Eleitoral sob o número BR-02012/2022, Lula tem 53% na projeção a respeito dos votos válidos, contra 47% de Bolsonaro. Em Minas, como mostrou na quinta-feira (6) o EM, a ideia é ampliar para cerca de a vantagem para o candidato à reeleição. As pontes para o objetivo, segundo representantes do PT, são os votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que resolveram apoiar Lula neste segundo turno.
Além das fronteiras do PT, lideranças de outros partidos se preparam para engrossar o ato de amanhã. "Estamos mobilizando territórios, chamando as pessoas e construindo esse ato para conseguir trazer a chamada terceira via para votar no Lula. E, também, mobilizar os indecisos. Com isso, a gente acredita que terá uma vitória folgada no segundo turno", garante Bella Gonçalves (Psol), vereadora de Belo Horizonte que foi eleita deputada estadual no fim de semana passado.
"Achamos que vai ser um ato grande e representativo do desejo da maioria da população, que se expressou nas urnas no primeiro turno", projeta a parlamentar
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