O apresentador José Luiz Datena afirmou, na tarde desta sexta-feira (7/10), que não declarará apoio ao presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Por ser jornalista, Datena disse precisa manter a neutralidade e ética da profissão.
“Como jornalista, eu jamais poderia negar um convite do presidente da República, como vocês jornalistas, se fossem convidados, viriam aqui. Meu interesse aqui é puramente jornalístico. É um dos dois únicos candidatos à Presidência da República, quem me convidar, eu falo”.
“A minha empresa, a Band, é uma empresa de comunicação, neutra. E eu não posso me posicionar em relação a apoio direto ao presidente. Não posso apoiar o presidente. Nem o presidente Bolsonaro, nem o presidente Lula, porque na realidade eu sou jornalista. […] Não seria ético e nem leal para com a minha empresa que eu assumisse uma posição em um momento como esse. Mas vim aqui agradecer o presidente pelo que ele fez por mim”.
Pelo PSC, Datena aventou disputar o Senado por São Paulo, mas declinou da ideia. “Eu declinei da posição de sair candidato ao Senado porque achei que poderia atrapalhar a campanha por conta dos ruídos. O presidente foi firme e manteve a palavra até o fim. Quem não tem gratidão, não tem caráter”, disse Datena.
“Repito, gratidão não se pode deixar de lado em momento nenhum, há dois Datenas: o cidadão que ia fazer questão de vir aqui a convite do presidente e o cidadão jornalista que vem aqui com interesse de saber o que o presidente pensa dessa campanha no segundo turno”.
“Como cidadão, eu queria agradecer ao presidente Bolsonaro porque minha mãe, lá em Ribeirão Preto me ensinou que eu tenho que ser grato a quem é leal com você. Durante a campanha política em que eu estive ao lado do presidente, ao lado do Tarcísio, sofri muitos ataques, inclusive por parte da militância do presidente. Mesmo assim, o presidente me lançou candidato ao Senado”.
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Já Bolsonaro disse que Datena sempre o tratou bem durante as entrevistas e o caracterizou como uma pessoa influente. “Estou muito feliz dele ter vindo a convite meu e espero que ele saia daqui com mais certeza ainda do que ele quer para o nosso Brasil”.
Moro e Dallagnol
O presidente também afirmou durante a entrevista que deverá conversar com o ex-juiz, Sergio Moro (União), eleito senador no Paraná e o ex-procurador da Lava-Jato, eleito deputado federal do Paraná, Deltan Dallagnol (Podemos). Disse que ambos “conhecem muito do que aconteceu na vida desse ex-presidiário que quer voltar ao poder”, em referência ao ex-presidente Lula (PT).
“Dallagnol já abriu o seu voto à minha pessoa. Fiquei muito feliz. Pretendo conversar com ele, coisa que nunca aconteceu entre nós. Se o Moro quiser conversar comigo, da minha parte há interesse de conversar com ele também. Estamos à disposição. São duas pessoas que mostraram as entranhas do poder em Brasília por ocasião da Lava Jato, conhecem muito do que aconteceu na vida desse ex-presidiário que quer voltar ao poder e o governo é a união de pessoas de bem. Essa é a nossa filosofia, essa é a nossa política”, completou.
Lago Sul
De manhã, Bolsonaro esteve na produtora Aldeia Filmes, no Lago Sul, onde gravou vídeos para inserções eleitorais, dirigindo um caminhão. Em entrevista a jornalistas, alegou que os caminhoneiros sabem que não é culpa do governo a alta do diesel.
"Essas medidas, todas os caminheiros reconhecem ainda que o preço do diesel, que está alto, não é culpa nossa. O mundo todo com a crise, com a guerra, aumentou o preço do diesel". E criticou a presença de pardais: “O motorista não pode estar mais preocupado com pardais do que com a sinuosidade das pistas”.
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