O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (7/10) ter recebido "apoio velado" do ex-presidente Michel Temer (MDB) à reeleição. "Ontem houve o contato telefônico meu com o presidente Temer. Ele tá fora do Brasil. E ele já, em nota, falou que não vai estar do lado de quem quer destruir parte do que ele fez para o Brasil. Como por exemplo, a reforma trabalhista. [Temer] Estará do outro lado, não falou explicitamente meu nome, mas dá para entender que está ao nosso lado. Agradeço esse apoio mesmo velado do ex-presidente Temer. Algumas vezes conversei com ele ao longo desses quatro anos", relatou a jornalistas no Palácio da Alvorada.
Nesta quinta-feira (7/10), Michel Temer (MDB) desistiu de apoiar oficialmente a candidatura do presidente no segundo turno das eleições. O motivo para a desistência teria sido a insatisfação das filhas do emedebista sobre um possível encontro com Bolsonaro no próximo fim de semana para oficializar o apoio. Uma das filhas, Luciana Temer, já foi Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, durante a gestão de Fernando Haddad (PT).
O ex-presidente está em viagem a Londres, na Inglaterra, e volta ao Brasil nesta sexta-feira (7/10). Em nota, afirmou que, em resposta a uma série de pessoas próximas que o procuraram, aplaudirá “a candidatura que defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição” e “promover a pacificação”.
Apesar da suposta neutralidade, Temer faz alguns acenos a Bolsonaro ao dizer que também apoiará o candidato que mantiver as reformas já realizadas no seu governo e “propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país”, em referência a reforma trabalhista, criticada por Lula e a reforma da Previdência, aprovada no atual governo.
Como parte da estratégia de uso de palanques estaduais focados também no Nordeste, Bolsonaro recebeu nesta sexta-feira apoio da senadora de Alagoas, Eudócia Caldas (PSB-AL) e do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), os quais demonstraram apoio oficial a ele no segundo turno. JHC, como é conhecido, deixou o PSB e assinou hoje a filiação ao PL, mesmo partido de Bolsonaro.
Bolsonaro agradeceu, elogiando o desempenho de JHC e destacou que na próxima semana deverá se reunir com prefeitos de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. “Um jovem prefeito, tem uma alta aceitação na capital e é uma capital do Nordeste. Os prefeitos sabem, na ponta da linha, que são os que mais tem condições de mudar ou angariar votos por parte dos eleitores, assim como tivemos ontem aqui, quase todos os prefeitos de Goiás. Teremos na semana que vem encontro com centenas de prefeitos do RS, também teremos centenas de prefeitos de MG. Os prefeitos de capitais são muito importantes”.
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“Tivemos o apoio de governadores de estados com grande densidade eleitoral, SP, MG, RJ, PR, GO, RO, AC, e, assim está fechando o grande ciclo de apoio à reeleição ao presidente da República que não tem como comparar com outro que governou, que nada deixou para nós a não ser legado de corrupção, desmando e desgaste dos valores familiares, de desrespeito, de ódio e ideologia de gênero”.
Durante toda a semana, Bolsonaro recebeu apoio de governadores reeleitos dos maiores colégios eleitorais do país como Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ), Ratinho Jr. (PSD- PR), Ibaneis Rocha (MDB-DF), do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSD), do governador reeleito do Goiás, Ronaldo Caiado (União), do governador reeleito do Acre, Gladson Cameli, o governador de Rondônia que busca a reeleição, Marcos Rocha (União Brasil), o governador reeleito do Mato Grosso, Mauro Mendes (União), o governador de Roraima reeleito, Antonio Denarium (PP), e do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), que disputa o segundo turno.
Bolsonaro recebeu nesta quinta mais de 200 parlamentares na residência oficial. De olho no eleitorado feminino, também convocou a bancada feminina representada pelas deputadas federais Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Caroline de Toni (PL-SC), Celina Leão (PP-DF) e Silvia Waiãpi (PL-AP); e das senadoras Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS) para falar principalmente às mulheres, público onde sofre alta rejeição. O objetivo do encontro foi pedir que se dediquem a "conversar com os mais humildes" para virar votos.
Como será no dia do segundo turno das eleições
Dia e horário de votação: o segundo turno será no domingo (30/10), das 8h às 17h, no horário de Brasília. A divulgação da apuração dos votos deve começar logo após o fechamento das urnas.
Onde votar: o eleitor pode conferir o local de votação no site do TSE. Ou por meio do aplicativo e-Título, acessando "onde votar".
Quem deve votar: todos os brasileiros alfabetizados, entre 18 e 70 anos, são obrigados a votar no dia da votação. O voto é facultativo apenas para quem tem entre 16 e 18 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos.
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