O economista Persio Arida, considerado um dos pais do Plano Real, declarou nesta quarta-feira (5/10) seu voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições. Ele também criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL), que classificou como um "risco à estabilidade institucional", e rebateu as falas do presidente sobre seus feitos na economia.
"Não é de agora que eu tenho dito que o Bolsonaro é um risco à estabilidade institucional e ao equilíbrio dos Poderes. Mas há outras razões. O desempenho da economia foi muito ruim, ele não entregou o que prometeu. Não fez abertura de mercado, nem reforma tributária, muito menos as privatizações que prometeu. A única privatização, a da Eletrobras, é a pior da história" declarou o economista em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
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Persio Arida foi presidente do Banco Central durante a implantação do Plano Real, entre janeiro e junho de 1995. Ele também é um dos fundadores do Banco BTG, em 2008, além de ter dado aulas de economia na Universidade de São Paulo (USP) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Segundo ele, apesar de Bolsonaro se gabar do desempenho de seu governo na economia, as contas públicas estão piores do que parecem. "Congelar salário de funcionalismo e deixar a inflação acontecer é um truque antigo, que o Brasil já fez muitas vezes. No entanto, depois, o combate à alta de preços tira o ganho inflacionário da receita, e o funcionalismo pressiona pelo aumento", afirmou.
O economista também citou que vota em Lula pela sua preocupação com o meio ambiente. "Faz parte da nossa responsabilidade perante o mundo, como parte da humanidade, zelar pela preservação do ambiente. Por outro lado, o Brasil tem uma oportunidade extraordinária quando se observa essa questão em nível internacional: atrair investimentos externos para se tornar uma potência ambiental, um líder", afirmou Arida. "Não teremos isso no governo Bolsonaro. Ele foi uma decepção para quem acreditou nele, mas não foi o meu caso, porque não acreditei".
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