As lideranças mineiras do Partido Liberal (PL), que abriga Jair Bolsonaro, começam a se articular para dar fôlego à campanha do presidente no segundo turno da eleição nacional. Deputados federais e estaduais do PL devem se reunir na quarta-feira (3/10), em Belo Horizonte, para definir se a legenda vai embarcar na base aliada formal ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa.
O movimento pró-Zema deve acarretar no apoio do governador à reeleição de Bolsonaro. Hoje, mais cedo, o vencedor da corrida ao Palácio Tiradentes manifestou interesse em levar, ao grupo situacionista, os nove deputados estaduais eleitos pelo PL.
Segundo apurou o jornal Estado de Minas, o ingresso do PL na base de Zema não é tratado como empecilho. Sete dos assentos do partido de Bolsonaro na Assembleia de Minas vão ser ocupados por candidatos que fizeram campanha pela reeleição do governador, mesmo com o correligionário Carlos Viana tendo disputado o poder Executivo estadual.A tendência, portanto, é que o partido fique na base de Zema.
A ideia do PL é reunir os vencedores da eleição em Minas para, em conjunto, "bater o martelo! sobre os rumos locais da legenda.
"Entendo que as decisões partidárias têm que ter a participação, também, dos parlamentares federais e estaduais", disse o ex-deputado José Santana, presidente do diretório estadual dos liberais.
Zema deseja oficializar o apoio a Bolsonaro até quarta-feira (5/10). Segundo ele, as conversas por uma união estão "adiantadas".
"Estamos com as conversas bem adiantadas. Vale lembrar que não sou do partido do presidente. Ele teve, aqui, um candidato a governador (Carlos Viana); eu tive um candidato a presidente (Felipe d'Avila). As conversas que tivemos hoje estão caminhando muito bem. É provável que amanhã ou depois a gente já anuncie o apoio ao presidente", projetou, em entrevista à "GloboNews".
Bolsonaro deve ter comitê de campanha em BH
Paralelamente aos trabalhos para garantir a adesão de Zema, o PL mineiro atua para fortalecer a campanha de Bolsonaro no estado. O partido, inclusive, está em tratativas para alugar um imóvel e instalar, na capital mineira, um comitê em apoio à campanha do presidente pela reeleição. Em Minas, nos votos válidos, Bolsonaro perdeu por 43,6% a 48,29% para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No plano nacional, a vitória petista foi por 48,43% a 43,2%.
O PL mineiro ganhou importância estratégica para Bolsonaro neste segundo turno, porque elegeu o deputado federal mais votado entre os 593 eleitos. Vereador de Belo Horizonte, Nikolas Ferreira foi escolhido por 1.492.047 cidadãos — na Assembleia, também houve recorde, mas com Bruno Engler, reeleito e dono de 637.412 votos.
Aproximação coroa gestos feitos desde o 1° turno
O desejo de Bolsonaro era dividir palanque com Romeu Zema já no primeiro turno da eleição. O governador mineiro, contudo, optou por seguir com Felipe d'Avila, presidenciável do Novo. O presidente, então, lançou Carlos Viana na disputa a fim de não ficar desabrigado em Minas Gerais.
A ideia inicial era impulsionar Viana e garanti-lo com dois dígitos das intenções de voto. Assim, Zema seria obrigado a disputar um segundo turno e poderia precisar do apoio de Bolsonaro.
Durante a campanha, Bolsonaro fez poucos pedidos diretos de voto a Viana. Quando acenou ao correligionário, contudo, evitou associar os elogios a críticas a Zema.
Ontem, em Brasília, após a confirmação do segundo turno nacional, o presidente assegurou o início dos contatos por um acordo com Zema. "Vamos fazer contato, já fizemos hoje (domingo). Conversamos com o interlocutor do Zema. As portas estão abertas para conversar", falou.
Atualmente, os representantes do PL no Parlamento mineiro compõem o bloco de deputados de orientação independente em relação ao governo. Na prática, contudo, a maioria dos parlamentares liberais vota a favor de Zema na grande maioria dos projetos em debate.
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