Eleições 2022

"Voto útil migrou a favor do bolsonarismo", diz Haddad, sobre SP

Líder nas pesquisas, o petista ficou em segundo lugar na disputa ao governo paulista, atrás de Tarcísio de Freitas (Republicanos)

Victor Correia
postado em 02/10/2022 21:49 / atualizado em 02/10/2022 21:49
 (crédito: Reprodução/Youtube @Fernando Haddad)
(crédito: Reprodução/Youtube @Fernando Haddad)

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) avaliou, neste domingo (2/10), que sua votação nas eleições, abaixo do previsto nas pesquisas, foi resultado do voto útil que "migrou a favor do bolsonarismo". Haddad ficou em segundo lugar no pleito, enquanto as pesquisas o mostravam na liderança. O petista avaliou que o mesmo aconteceu na disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), mas se disse otimista com o cenário.

"Eu acho que os votos que migraram para o Tarcísio e para o Bolsonaro no primeiro turno são os votos que migrariam no segundo. Essa é a minha opinião. E os votos que podem migrar para mim e para o Lula não migraram na sua inteireza. Acho que sequer migraram. Houve ali uma contenção do voto progressista que se manteve fiel ao Ciro [Gomes] (PDT) e à Simone [Tebet] (MDB). E ao Rodrigo [Garcia] (PSDB), no caso de São Paulo", avaliou Haddad em coletiva de imprensa após a apuração em São Paulo. "Então aquela migração do voto útil migrou a favor do bolsonarismo. Essa é a minha opinião", resumiu.

A declaração foi dada em resposta à diferença entre o resultado das pesquisas de intenção de voto e o resultado nas urnas. Com 98,98% das seções totalizadas, o petista ficou em segundo lugar com 35,63% dos votos, atrás de Tarcísio, com 42,38%. Antes do pleito, porém, Haddad liderava os levantamentos. A disputa vai para o segundo turno. O mesmo ocorreu na disputa ao Planalto no estado, liderado por Bolsonaro com 47,76% dos votos, seguido de Lula com 40,83%. Nas pesquisas, o ex-presidente também liderava em São Paulo.

"Era um pouco menos do que nós almejávamos, mas perto dos 40% que era a meta estabelecida no começo da campanha", disse o candidato. "A hora agora é de celebrar o resultado. O campo progressista está no segundo turno. Isso não acontece há 20 anos, e nós temos a melhor proposta para disputar esse segundo turno", acrescentou.

Vencer no segundo turno é "absolutamente exequível"

Para o segundo turno, Haddad disse que buscará os votos de Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou em terceiro com 18,40% dos votos. "Acho que tanto o Lula tem uma conversa a fazer com outros setores da sociedade que não vieram conosco no primeiro turno, como eu aqui em São Paulo tenho todo o interesse em dialogar com as forças que sustentaram a candidatura do Rodrigo Garcia", disse o petista.

Sobre a disputa ao Planalto, Haddad se disse confiante. "Se isso tiver acontecido como eu penso, as chances do Lula aumentar dois pontos, e o que falta para fazer 50% mais um, é uma tarefa absolutamente exequível", afirmou.

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