Organismos e especialistas internacionais estão mobilizados para acompanhar as eleições brasileiras neste domingo (2), quando 150 milhões de eleitores são convocados a eleger presidente, governadores e congressistas, em meio a questionamentos do chefe de Estado, Jair Bolsonaro (PL), sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
- Os convidados -
Em sua terceira missão no Brasil, a Organização dos Estados Americanos (OEA) mobilizou 55 especialistas de 17 nacionalidades em 15 dos 27 estados brasileiros.
No domingo também será observada a votação em três cidades fora do país: Porto (Portugal), Washington e Miami (EUA).
A missão é chefiada pelo ex-chanceler paraguaio Rubén Ramírez Lezcano, que se reuniu esta semana com Bolsonaro, autoridades eleitorais e do Congresso, além de representantes ONGs, entre outros.
Também se encontrou, segundo a imprensa local, com equipes de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto.
A OEA costuma manter um perfil baixo em suas missões eleitorais e só vai se pronunciar quando for publicado um boletim preliminar após a votação.
A observação internacional também vai contar com especialistas da União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE), do Parlamento do Mercosul (Parlasur), da Comunidade de Países de Língua Portuguesa e do Centro Carter, dos Estados Unidos.
Haverá, ainda, duas "missões técnicas de acompanhamento" nas mãos da Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES) e da Rede Mundial de Justiça Eleitoral (RMJE).
No total, as autoridades eleitorais esperam cerca de 120 pessoas nestas comitivas internacionais, além de cerca de 300 observadores nacionais independentes.
Mas outras 80 pessoas, entre especialistas, ex-governantes e autoridades eleitorais também foram convidadas, incluindo a ex-presidente de Costa Rica Laura Chinchilla e a ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucía Ramírez.
- Os temas -
Os especialistas acompanharão uma eleição marcada pelos contínuos questionamentos de Bolsonaro sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e os alertas de seus adversários e analistas de que o ele poderia não reconhecer o resultado caso não seja reeleito.
A urna eletrônica é usada em todas as eleições no Brasil desde 1996, sem que tenha sido constatada nenhuma falha significativa.
"As eleições no país são limpas, seguras e transparentes", disse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, durante ato com os observadores internacionais esta semana.
Neste encontro, o chefe da missão da UNIORE, Lorenzo Córdova, destacou sua confiança em um sistema eleitoral, "referência para todos os países".
Mas Bolsonaro tem repetido as advertências sobre uma possível fraude e tacha os institutos de pesquisa - que situam Lula reiteradamente na liderança - de "mentirosos".
Na sexta-feira, Lula admitiu temer que o presidente "pode tentar querer criar qualquer confusão na transição" se for derrotado.
- A votação -
Neste domingo, os convidados internacionais poderão assistir ao início da votação e acompanhar os testes de integridade das urnas eletrônicas, realizados de forma aleatória em diferentes seções eleitorais.
Ao final de um dia de visitas aos centros de votação, eles voltarão ao TSE para acompanhar a apuração.
Também estarão atentos a possíveis episódios de violência nas ruas, um tema que preocupa as autoridades brasileiras, em meio às eleições mais polarizadas em décadas.
Em atenção a isto, o TSE proibiu o porte de armas nas seções eleitorais no domingo.
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