VIOLÊNCIA POLÍTICA CONTRA A MULHER

'Volta pra cozinha', diz pichação em muro de candidata a deputada federal

A frase machista configura uma violência política contra Débora Rodrigues (União Brasil), que registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar

A candidata a deputada federal pelo União Brasil Débora Rodrigues foi vítima de violência política. O muro da casa dela, no Bairro Vale do Jatobá, na Região do Barreiro, amanheceu pichado, de quarta (28/09) para quinta (29/09) com os dizeres 'sai da política. Volta para cozinha'. "Fiquei chateada e ao mesmo tempo apreensiva e com medo", relata a candidata que disputa uma eleição pela primeira vez.

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Débora registrou ocorrência na Polícia Militar, mas não tem ideia de onde pode ter vindo a ameaça. "Eu não tenho inimigos. Não sei se fez para me oprimir, para que eu não possa mais mexer com política. Não sei qual o objetivo."

Apesar de não ter pistas de quem cometeu a ameça, ela avalia que a motivação foi machista. Mas a candidata reforça que não vai se intimidar. "Nós mulheres podemos fazer o que a gente quiser. Se fosse antigamente, em que o homem prevalecia, mesmo assim não deveria. Hoje em dia, as mulheres fazem todas as funções que o homem faz. É um preconceito muito grande."

É a primeira vez que ela se candidata a um cargo político, embora tenha histórico de participar das mobilizações políticas na comunidade onde vive. A candidata acredita que o fato de ter saído dos bastidores para concorrei a um cargo pode ter incomodado.

A polícia orientou que ela se mantenha em estado de alerta, e informou que será feita uma escolta na rua para garantir a segurança da candidata. Além disso ela está em contato direto com a corporação. A rua não dispõe de câmeras de filmagem.

Trajetória

Arquivo pessoal - Débora Rodrigues: 'essa ameaça não vai me fazer desistir. Fico mais motivada'

Débora Rodrigues tem 38 anos e é funcionária pública. Ela atua como voluntária na comunidade, principalmente no que se refere a projetos sociais.

Débora é católica e sempre atuou em campanha de outros candidatos, mas este ano foi convidada a ser candidata. "Faço entrega de cestas básicas nas ocupações, faço trabalho voluntário, sou coordenadora de jovens na igreja, busco melhorias para minha comunidade", diz ela, que integra a Paróquia Maria Estrela.

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