O Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou à Justiça, nesta quinta-feira (29/9), a condenação do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães com pagamento de R$ 30,5 milhões pelos danos causados às mulheres que o acusam de assédio moral e sexual. A ação civil pública pede que o dinheiro da condenação seja revertido a um fundo destinado à proteção dos direitos dos trabalhadores.
Os procuradores também solicitaram a condenação dos integrantes do Conselho de Administração da Caixa à época com pena de indenização no valor de R$ 3 milhões pela "omissão de cada um em fiscalizar os atos" de Pedro Guimarães. Na ação, os procuradores apontaram que, durante a gestão de Pedro Guimarães, houve uma onda de afastamento por doenças mentais.
Segundo o documento, a média anual de afastamentos por enfermidades dessa natureza passou a ser de 354 funcionários por ano. Antes de Guimarães, a média de afastamentos médicos mentais era de 277 por ano.
Testemunhas ouvidas pelos procuradores contaram que Guimarães fazia brincadeiras constrangedoras com os funcionários, como determinar que a pessoa fizesse exercícios militares e filmar a pessoa em situação desconfortável, divulgando em suas redes sociais.
Além disso, a ação do MPT afirmou que Guimarães era uma pessoa violenta. No documento, os procuradores juntaram relatos de que ele, em momentos de raiva, quebrava celulares fornecidos pela Caixa. No período em que esteve na presidência do banco público, Guimarães teria recebido cinco aparelhos corporativos.
Em nota, a Caixa Econômica Federal e seu Conselho de Administração reiteram que não toleram nenhum tipo de desvio de conduta por parte dos seus dirigentes ou empregados e que, desde que tomaram conhecimento das acusações, adotaram todas as providências necessárias para investigar as denúncias, proteger os denunciantes, os empregados do banco e a própria Instituição.
“Cabe destacar que, ainda em 30 de junho, foi determinada a contratação de uma auditoria externa e, em seguida, constituído um comitê independente, para a investigação de todas as denúncias. Em complemento, a CAIXA vinculou a sua Corregedoria diretamente ao Conselho de Administração, dando-lhe maior independência”, disse a instituição, que reafirmou o propósito de defender seus empregados de qualquer forma de assédio.
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