ELEIÇÕES 2022

Entidade quer proibir uso de camisa da seleção brasileira por mesários

Os autores da proposta teriam dito a Moraes que o uso das camisetas da seleção brasileiro por mesários pode gerar animosidade nas seções eleitorais do país, por causa do contexto de polarização excessiva

Membros de entidades da sociedade civil que integram o Observatório de Transparência da Eleição pediram na última segunda-feira (26/9) ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que leve ao plenário da Corte uma proposta de resolução para proibir o uso de camisetas da seleção brasileira por mesários.

Segundo dois participantes do encontro informaram ao Estadão, a proposta teria sido apresentada pela Associação Juízes para a Democracia (AJD). A reunião foi realizada em conjunto com os integrantes da Comissão de Transparência das Eleições - criada em 2021 pelo ministro Luís Roberto Barroso para aumentar a fiscalização da disputa deste ano pela população.

Os autores da proposta teriam dito a Moraes que o uso das camisetas da seleção brasileiro por mesários pode gerar animosidade nas seções eleitorais do país, por causa do contexto de polarização excessiva e belicosidade entre as campanhas dos candidatos à Presidência.

As camisetas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passaram a representar grupos e manifestantes de direita, com destaque recente aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que incorporaram a vestimenta em atos de apoio ao governo.

Moraes teria respondido aos participantes da reunião que a situação envolvendo os mesários preocupa. Segundo pessoas presentes no encontro e ouvidas pelo Estadão, o presidente do TSE teria dito que a questão do uso das camisetas da seleção brasileira é um problema a ser enfrentado, mas não deu prazo para o caso ser apreciado pelo plenário, tampouco garantiu que a proposta avançaria no tribunal.

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Na reunião, os presentes ainda teriam proposto a ampliação da restrição ao porte de armas em todo o território nacional. Como mostrou o Estadão, o TSE proibiu a circulação de pessoas armadas a 100 metros das seções eleitorais nos dois dias que antecedem a eleição, no dia da votação e nas 24 horas após a divulgação dos resultados. As entidades da sociedades civil pediram que a Corte aumente o raio da proibição.

Outro pedido feito pelas entidades foi o fechamento de clubes de tiro nos dois dias que antecedem a votação. Um dos três representantes de organizações que falaram durante a reunião argumentou que o trancamento evitaria que a categoria dos caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) argumentasse que o porte seria apenas para se dirigir aos clubes.

Como mostrou o Estadão, Moraes já vinham avaliando a adoção dessa medida após reunião com delegados da Polícia Civil que manifestaram a preocupação com esse tipo de estabelecimento.

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