Na tentativa de colar no governo do presidente e candidato Jair Bolsonaro (PL) a pecha da corrupção, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, citou neste sábado (24) os escândalos de corrupção deflagrados no Ministério da Educação (MEC) revelados por série de reportagens do Estadão. "Agora, o MEC não compra mais livros. O MEC distribui dinheiro para os pastores. Vocês viram a corrupção do ministro da Educação ajudando maus pastores", declarou o petista em comício no bairro do Grajaú, no extremo sul da capital paulista.
Para evitar qualquer mal-estar com o eleitorado religioso, o candidato, contudo, ressaltou que a crítica é voltada aos "maus pastores". "A gente respeita a igreja evangélica", ressaltou, na semana que um empresário denunciou pedido de propina dentro do pneu na pasta da educação.
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Ao reforçar o discurso de contraposição a Bolsonaro, Lula prometeu desfazer a política armamentista do atual governo. "A gente não vai facilitar mais a compra de arma. A compra de arma, como Bolsonaro está fazendo, é para dar facilidade para o narcotráfico ter acesso a arma. Homem sério, família séria não precisa de arma dentro de casa", avaliou o petista.
Na pauta econômica, Lula disse ser preciso reduzir a inflação para ajudar as famílias na hora do supermercado. "Não tem coisa mais triste no mundo do que uma mãe ou pai não atender desejo de um filho de comer uma bolacha", disse o ex-presidente. "É preciso dizer para vocês o salário mínimo vai voltar a aumentar todo ano", seguiu.
Em campanha por uma vitória em primeiro turno, Lula buscou, no comício do Grajaú, reforçar a imagem de "candidato da paz" que adotou na campanha. "Até dia 2, temos visitar casa por casa, bar por bar, igreja por igreja, fábrica por fábrica, para pedir voto para o Lulinha paz e amor", declarou, resgatando mais uma vez o slogan das eleições de 2002, quando precisou fazer aceno ao centro para vencer a disputa presidencial da época.