O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (22/9), que certas decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) "atrapalham e muito" a gestão dele e, consequentemente, "o destino da nação". O chefe do Executivo criticou também a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o proibiu de usar trechos do discurso na 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) na campanha eleitoral. "Grande parte da mídia diz que foi um fiasco. Ué, se foi um fiasco, deixa eu mostrar meu fiasco", disse.
A declaração ocorreu durante entrevista ao Sikêra Jr. O presidente também comentou sobre o último 7 de setembro e medidas que o impediram de usar as imagens da data comemorativa em propagandas políticas. "Estou desde 1991 em Brasília. Eu nunca vi um mar verde e amarelo como aquele", caracterizou.
Bolsonaro rebateu a decisão dada pelo ministro Benedito Gonçalves, Corregedor-Geral Eleitoral, em relação ao discurso da ONU. "Eles agora pediram para as redes particulares também retirar as imagens. Ou seja, não dá para entender. O PT entrou com um pedido no TSE, o TSE acolheu, para que as imagens da ONU eu não possa mostrar. A grande parte da mídia diz que foi um fiasco. Ué, se foi um fiasco, deixa eu mostrar meu fiasco".
Bolsonaro voltou a dizer que, após as eleições, "o Brasil vai voltar à normalidade porque esses abusos vão deixar de existir". No entanto, não teceu maiores comentários sobre o que pretende fazer.
"Faltam poucos dias para a gente acabar com essa agonia e o Brasil vai voltar a normalidade pode ter certeza disso porque esses abusos vão deixar de existir, tenho certeza".
Questionado sobre sua relação com o Supremo, o chefe do Executivo respondeu que "não tem relação". No último dia 20, o STF formou maioria para confirmar a decisão do ministro Edson Fachin que suspendeu trechos de decretos editados pelo presidente para flexibilizar o acesso da população civil a armas e munições, medida também criticada pelo presidente.
"Não tem relação. Tem dois ministros que indiquei para lá, me dou muito bem com eles, não interfiro no voto deles. Mas a maioria que está lá é radicalmente contra as ações do governo. Interferem em tudo, até questão que não tem nada a ver com eles, interferem o tempo todo. A última agora foi o decreto das armas. Isso é privativo. Se tem um decreto que extrapolou, depende do Congresso de anular ou não aquele decreto e não ao STF", alegou. "Interfere demais e atrapalha e muito o destino da nossa nação", emendou.
Por fim, a respeito da retirada de vídeos e conteúdos das redes sociais, o presidente Bolsonaro disse que "o povo não precisa de um censor" porque sabe "o que é verdade e o que é mentira".
"O povo não precisa de alguém, um censor, "Oh, essa matéria tem que sair das mídias sociais porque é mentira". O povo sabe o que é verdade e o que é mentira. Nenhum blogueiro cresce espalhando mentiras. Ele cresce falando a verdade. Tanto é que a mídia social que mais interage no mundo é a minha. Sem impulsionamento. Nunca paguei um real para impulsionar", concluiu.