Ao falar sobre o combate às drogas no Brasil, o candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, firmou compromisso de que buscará solução para a questão no país caso seja eleito. “Esse é um assunto que a humanidade não conseguiu resolver”, disse, durante sabatina com os presidenciáveis pelo CB.Poder especial. “Tolerância zero não funcionou. A guerra contra as drogas virou uma tragédia”, apontou.
Ciro ainda destacou que as medidas tomadas pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em especial as abarcadas na Lei 13.343/2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) colaboraram para a superlotação do sistema prisional.
“O Lula quando tomou posse, o Brasil tinha 280 mil pessoas aprisionadas no sistema penitenciário. O Lula inventou uma lei, copiada nos americanos, que é a guerra contra as drogas no Brasil, criminalizando o avião, que é uma gíria da periferia, que é um menininho que não cometeu nenhuma violência, que caiu na ilusão de pegar uma renda para levar um pacotinho de cocaína, ou uma trouxinha de maconha ou uma pedra de crack. Pois bem, sabe qual é a população carcerária brasileira a partir desta lei? Um milhão e 200 mil pessoas. Quase todos pobres, quase todos negros, quase todos jovens”, salientou.
Ciro afirmou que tal estratégia é errada. “Tá errado! Porque essa meninada não cometeu violência no primeiro ato, mas foi condenada para fazer de conta que as autoridades estão atuando no território enquanto o traficante não mora na periferia, ele mora nos salões ricos da zona sul do Rio, na Paulista, nos Pinheiros, em São Paulo, na Aldeota em Fortaleza”.
Solução
Como solução, o pedetista afirmou que irá “endurecer dramaticamente” o enfrentamento às facções criminosas. “ Vou participar desse debate mundial de que esse enfrentamento tosco, reprimindo a meninada, falhou”, disse. Como exemplo positivo, Ciro citou a iniciativa de Portugal, em que, segundo ele, foram definidos limites quantitativos para o porte de cada droga, de acordo com o que um adicto precisaria semanalmente.
“Pegaram especialistas e definiram quanto é a quantidade de cada droga que um dependente químico precisa para usar durante uma semana. Se alguém for pego na rua com essa quantidade que os especialistas definiram como a necessária e suficiente para o adicto, aquilo é problema de saúde pública”, citou.