ELEIÇÕES 2022

Lula tenta retratação com agronegócio e diz que segmento 'não é uma coisa só'

Para tentar reparar declaração em que chamou empresários do setor de "fascistas", Lula diz que segmento "não é uma coisa só". Petista recebe propostas de movimentos em defesa das pessoas com deficiência

Candidato do PT ao Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez acenos ao agronegócio — setor no qual enfrenta resistência — e explicou que, ao defender o desarmamento da população, não pretende tolher direitos de produtores rurais. O petista acrescentou, porém, que a posse de um número excessivo de armas não pode ser para defesa.

"Sei que há roubo de gado à noite, de cavalo, de qualquer coisa. Você pode ter um segurança, você pode ter uma arma", disse Lula, em entrevista ao Canal Rural. "Ninguém vai proibir que o dono de fazenda tenha uma ou duas armas. Agora, se ele tem 20, não é mais arma para defesa. Se tiver 30, pior ainda."

Lula aproveitou para esclarecer uma declaração polêmica que deu recentemente, em que se referiu a integrantes do agronegócio como "fascistas e direitistas". "Dentro do agro, tem dezenas de pensamentos políticos, econômicos e ideológicos. O agro não é uma coisa só. Você tem gente mais democrática, mais à esquerda, mais de centro, mais à direita. Gente da ultradireita, com comportamento fascista, e você tem gente com comportamento altamente democrático", destacou.

Ao falar sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Lula sustentou que o grupo está "mais maduro" e "altamente produtivo". Ele negou que tenha havido invasão de terras produtivas. "Na hora em que você começa a assentar as pessoas corretamente, na hora que começa a construir casas, acabam essas invasões desordenadas. O país precisa de ordem e tranquilidade para poder seguir em frente", afirmou.

Também ontem, Lula se reuniu, em São Paulo, com representantes de movimentos que defendem os direitos de pessoas com deficiência. O petista destacou as ações de seu governo voltadas a esse segmento da população e disse que, antes de sua gestão, pessoas com deficiência "não eram um problema do Estado".

"Por que uma parte das pessoas rejeita o PT, ou não gosta do PT? É porque pessoas como vocês, e outras pessoas que não estão aqui, foram entendidas por uma parte da elite brasileira para serem invisíveis, para não terem a oportunidade de sair na rua", comentou. "Era uma responsabilidade da família, a prefeitura não tinha que se preocupar, o Estado não tinha que se preocupar, e a União, muito menos. Pessoas como vocês não eram um problema de saúde pública, não eram um problema do Estado."

A reunião foi organizada no Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado em 21 de setembro. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quase 1,3 milhão de eleitores declararam, neste ano, ter algum tipo de deficiência.

Os movimentos entregaram um documento com propostas para o programa de governo de Lula, caso ele seja eleito, como já fizeram outros setores que se reuniram com o presidenciável. Uma das entidades representadas é a Rede Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que reúne outras 20 instituições.

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