O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (21/9), Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, que o cuidado com as pessoas com deficiência, antes de seus governos, "não era um problema do Estado", mas de suas famílias. Ele também criticou a forma como a campanha de seus adversários trata da população pobre, dizendo que todos defendem os menos favorecidos mas, quando eleitos, "as coisas continuam como eram antes".
"Porque uma parte das pessoas rejeita o PT, ou não gosta do PT. É porque pessoas como vocês e outras pessoas que não estão aqui foram entendidas por uma parte da elite brasileira para serem invisíveis. Para não ter a oportunidade de sair na rua. Era uma responsabilidade da família, a prefeitura não tinha que se preocupar, o Estado não tinha que se preocupar, e a União, muito menos", discursou Lula. "Pessoas como vocês não eram um problema de saúde pública, não eram um problema do Estado", completou.
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O ex-presidente participou nesta tarde de um encontro com movimentos em defesa das pessoas com deficiência, em um hotel da capital paulista. Lula citou que o Brasil ainda precisa avançar no cuidado às pessoas com deficiência, e citou a Casa de Saúde Anchieta, em São Paulo, que ficou conhecida como "Casa dos Horrores". O hospital psiquiátrico tinha condições desumanas para o tratamento de pacientes com doenças ou deficiências mentais, e foi alvo de intervenção — e eventualmente fechado — em 1989.
"Vocês para mim significam exemplos, exemplos de que, quando a gente tem uma causa, quando a gente tem uma razão, quando a gente tem uma obsessão de fazer alguma coisa, a gente consegue. E vocês conseguiram, por isso que eles destruíram não somente o que nós conquistamos para as pessoas com deficiência, mas destruíram muitas outras coisas", disse Lula.
"Todo mundo só fala do pobre"
O petista voltou a afirmar que a eleição de Jair Bolsonaro (PL) foi uma consequência da "negação da política", e criticou a forma como os adversários tratam da população mais pobre em suas campanhas. "Todo mundo promete, todo mundo só fala do pobre, do pequeno, dos mais necessitados. E quando essas pessoas ganham, se a gente não olhar em quem a gente vota, as coisas continuam como eram antes", disse o candidato.
Os movimentos presentes entregaram um documento contanto propostas para o programa de governo de Lula, caso ele seja eleito, como já fizeram outros setores que se reuniram com o presidenciável. Estavam presentes ainda a esposa de Lula, Janja, o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e outros membros da campanha.