ELEIÇÕES 2022

PT aciona TSE contra Bolsonaro por discurso de cunho eleitoral em Londres

A presidenciável Soraya Thronicke (União) também acionou o TSE, desta vez para pedir a proibição do uso de imagens feitas em Londres e na ONU

Em Londres para participar do funeral da rainha Elizabeth II, o presidente Jair Bolsonaro (PL) será alvo de ação movida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por utilizar a viagem, feita com patrimônio público e como de chefe de Estado, para promoção eleitoral — ação proibida pela legislação do TSE. O processo foi anunciado neste domingo (18/9).

De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), coordenador da campanha de Lula, o presidente cometeu abuso de poder político e econômico ao proferir um discurso dentro das dependências da Embaixada brasileira no Reino Unido.

"É um absurdo, uma coisa inaceitável, e o jurídico da campanha de Lula está preparando uma ação contra mais esse desrespeito à Justiça Eleitoral", disse. Na fala de Bolsonaro, não faltaram críticas ao adversário petista.

"Sabemos quem é do outro lado e o que eles querem implantar em nosso Brasil. A nossa bandeira sempre será dessas cores que temos aqui apontando para a bandeira do Brasil na sacada da residência: verde e amarela. Jamais aceitaremos o que eles querem impor", disse o presidente que busca a reeleição na janela da embaixada brasileira em Londres.

Soraya Thronicke pede proibição de uso das imagens feitas em Londres

A presidenciável Soraya Thronicke (União) também acionou o TSE, desta vez para pedir a proibição do uso de imagens feitas em Londres e na Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre na terça-feira (20/9), para fins eleitoreiros.

"Pretende-se, ademais, coibir e sancionar eventual desvio de finalidade na conduta do candidato, que utilizando-se de recursos públicos realiza verdadeiro evento político com discurso voltado à sua reeleição", diz o pedido.

A campanha também afirma que o uso das imagens também não podem ser utilizadas por se tratar de um evento em que Bolsonaro representa o país e não ele próprio. "Justamente por se tratar de eventos oficiais aos quais o representado somente comparecerá na condição de representante do Brasil, as viagens serão totalmente financiadas com recursos públicos”, disse.

“Daí que, em se confirmando o uso eleitoreiro dos eventos, estar-se-á diante de clara situação de emprego de recursos patrimoniais públicos em benefício de sua candidatura, em flagrante abuso do poder econômico e político”, acrescenta o documento.

Um pedido parecido foi feito, mais cedo, pela vereadora e candidata a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP). Ela afirma que o presidente usou o posto público para promover a campanha à reeleição e transformou uma visita diplomática em “evidente palanque político”.

Com Agência Estado.

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