O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em recuperação da imagem nas redes sociais, mas a rejeição ao governo não diminui a pouco mais de duas semanas do primeiro turno. É o que mostra a pesquisa Modalmais/AP Exata divulgada nesta sexta-feira, 16.
A reprovação do chefe do Executivo caiu 0,1%, chegando a 47%. O resultado é inferior ao da semana passada, quando a avaliação negativa caiu 1,2%, puxada pelo bom desempenho do presidente nas redes após o 7 de Setembro. O porcentual de pessoas que consideram o governo ótimo ou bom cresceu 0,4%, chegando a 33,9%. Já a avaliação regular recuou 0,3%, para 19,1%.
Segundo a pesquisa, Bolsonaro "segue convencendo antigos eleitores, que estavam desconfiados da sua gestão, mas agora enxergam a administração como sendo boa ou ótima". A rejeição ao governo, no entanto, não cai na mesma proporção da recuperação da popularidade. Ou seja, o presidente ainda está na tarefa de reconquistar quem já votou nele e encontra dificuldades em avançar para além da bolha, diz trecho do levantamento.
Ataque contra Vera Magalhães
O ataque do deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães durante debate com candidatos a governador de São Paulo, na segunda-feira, 12, foi um dos assuntos mais comentados nas redes durante a semana.
De acordo com a Modalmais/AP Exata, a jornalista recebeu solidariedade dos internautas, que criticaram a atitude do parlamentar. "Opositores estenderam críticas a Tarcísio, por convidar o deputado, e a Bolsonaro, argumentando que o comportamento hostil do presidente com jornalistas 'autoriza' e motiva os seus correligionários a agir da mesma forma", diz a pesquisa.
Parte dos bolsonaristas, no entanto, discordaram com as críticas de parte do entorno do presidente a Garcia, a exemplo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Para eles, o parlamentar foi "descartado" por fazer algo "legítimo".
O candidato à reeleição Rodrigo Garcia (PSDB-SP) foi quem mais se beneficiou do episódio. "Nas redes, Rodrigo Garcia se beneficiou, vindo num crescente desde o episódio e chegando a ser o candidato mais aprovado no Twitter, nesta sexta, com 53% de menções positivas, seguido de Haddad (50%) e Tarcísio (48%). Algo que não ocorria há quase duas semanas."
Farmácia Popular
Os cortes do governo no orçamento do programa Farmácia Popular, revelados pelo Estadão, estão sendo usados pela oposição para desgastar Bolsonaro.
"Eles destacam que os cortes na saúde para 2023, incluindo também a saúde indígena e o programa Médicos Pelo Brasil, estão sendo provocados pela composição do orçamento secreto", diz a pesquisa, que aponta ainda que a narrativa da oposição tem se tornado consistente nas redes.
"As promessas do PR de reeditar o orçamento, após a eleição, têm sido ironizadas pela esquerda. Eles dizem que o presidente está tentando chantagear os pobres, que dependem de medicações gratuitas para doenças crônicas, a votar nele", afirma outro trecho da pesquisa.