Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) usou quase 9 minutos da sua live dessa quinta-feira (15/9) para criticar o Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições presidenciáis deste ano, e países presididos pela esquerda. No total, a transmissão teve pouco mais de 36 minutos, sendo que 11 deles foram dedicados a fazer campanha para seus aliados em diferentes estados.
Logo no início da transmissão, o presidente leu o título "maior reduto lulista no país, Nordeste caminha para derrotar o PT" de uma matériada revista Veja e comentou que "o pessoal está entendendo que tem duas opções e escolhe aquele que pode melhor representar".
A matéria em si afirma que, apesar de ser líder absoluto nas pesquisas feitas na região, Lula não está conseguindo transferir a popularidade para seus correligionários. Entre os candidatos citados no texto como concorrentes aos petistas está a candidata Marília Arraes (Solidariedade), que lidera as intenções de voto, mas saiu do Partido dos Trabalhadores neste ano, quando a sigla optou por apoiar o PSB no estado.
Arraes é crítica ao presidente Bolsonaro e vinha fazendo uso da frase "Lula é Marília", o que foi proibido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco após pedido da campanha do candidato Danilo Cabral (PSB), apoiado oficialmente pelo petista.
Entre os outros candidatos não petistas, citados na reportagem, Sílvio Mendes (União Brasil-PI) e ACM Neto (União Brasil-BA), que lideram em seus estados, optaram pela neutralidade no pleito presidencial.
Já Capitão Wagner (União Brasil-CE), candidato no qual Bolsonaro já declarou apoio e com o qual se encontrou em outras oportunidade, vem buscando descolar sua imagem do presidente.
Sigilo de 100 anos
Jair Bolsonaro disse que não fez "nenhum decreto no tocante a sigilo" e que o que existe é uma lei de 2011, que ele é obrigado a cumprir nos casos de assuntos de natureza particula. Ainda segundo o presidente, foram os governos de Lula e Dilma Rousseff (PT) que fizeram uso excessivo dessa legislação.
Neste momento, o presidente passou a ler uma série de títulos de matérias feitas durante os governos petistas, e comentando sobre Maisa Letícia, falecida esposa do ex-presidente.
"'Governo trata como segredo de estado o cartão corporativo de Rose (Rosemery Noronha) para esconder farra criminosa do casal', quem diz isso é a Veja. Quando o Lula viajava para o exterior, ela ia, a não ser que a Marisa fosse também. Tinha um cartão corporativo para ela", afirmou Bolsonaro.
Em seguida, Jair Bolsonaro diz que o ex-presidente pediu sigilo sobre a herança que seria recebida após a morte de sua então esposa, pois, segundo o presidente, ela não teria como indicar a origem do dinheiro.
"'Lula pede segredo a inventário de Marisa para evitar devassa sobre as suas contas'. Quando a Marisa faleceu, as informações que tivemos pela imprensa são a de que ela deixou uma fortuna para o maridão, e depois, abusando da lei de acesso a informações, o Lula pede segredo. Se for tudo aquilo que a imprensa divulgou, não tinha como ela justificar tudo aquilo", comentou Bolsonaro.
Recentemente, a ex-esposa do capitão reformado Ana Cristina Siqueira Valle afirmou estar de "saco cheio" das notícias veiculadas pela imprensa sobre uma mansão comprada por R$ 829 mil, apesar de no ano passado a mesma casa ter sido vendida por R$ 2,9 milhões. Além disso, uma apuração do portal Uol indicou que familiares do presidente movimentaram cerca de R$ 25,6 milhões, em valores atualizados, em dinheiro vivo por 51 imóveis.
Esquerda na América Latina
"Cada povo sentindo os efeitos das suas escolhas. Você escolheu a esquerda, você sabe como é a esquerda no mundo todo", disse Jair Bolsonaro ao falar da crise econômica que afeta a Argentina. O presidente também aproveitou, mais uma vez, para criticar a Venezuela.
E afirmou que o ex-presidente Lula tenta enganar a população brasileira ao afirmar que quem "sempre tratou seus militantes com pão e mortadela agora diz que vai dar picanha. Tem gente que está acreditando".