Os dois candidatos que polarizam a disputa presidencial adotam, neste fim de semana, a mesma estratégia para conquistar votos: incursões em territórios pouco amistosos. Ambos agendaram viagens a estados em que o adversário leva vantagem nas pesquisas de intenção de votos. Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) programa eventos nos três estados do Sul, o presidente Jair Bolsonaro (PL) agendou para amanhã uma visita a Garanhuns, cidade natal do adversário, e Caruaru, em Pernambuco.
Pelo Datafolha divulgado ontem, Lula tem 12 pontos percentuais de vantagem sobre Bolsonaro. Permanece com 45% das intenções de voto, o mesmo percentual da sondagem anterior, e pela margem de erro teria entre 43% e 47%. O presidente caiu um ponto na comparação com o levantamento feito no começo do mês: passou de 34% para 33% — na margem de erro estaria entre 31% e 35% das intenções de votos. Ciro Gomes (PDT) passou de 7% para 8% e Simone Tebet (MDB) se manteve em 5%.
Lula desembarca, hoje, em Porto Alegre, para participar de um comício no Largo Glênio Peres, no centro da capital gaúcha. Amanhã, estará em Curitiba, cidade onde passou 580 dias preso em uma unidade da Polícia Federal.
O ex-presidente vai discursar na famosa Boca Maldita, trecho da Avenida Luiz Xavier, no centro curitibano, local tradicional de encontros e discussões políticas da capital paranaense. De acordo com as últimas pesquisas disponíveis nos dois estados, feitas entre os dias 4 e 8 de setembro e contratadas pela consultoria Arko Advice, Lula empata com Bolsonaro no Rio Grande do Sul (40,7% a 40,2%) e lidera no Paraná (42,7% a 38,2%).
O périplo sulista termina domingo, em Santa Catarina, o estado que mais votos entregou a Bolsonaro em 2018 — 76% dos válidos no segundo turno. No pleito deste ano, o presidente segue como favorito entre os catarinenses. De acordo com levantamento do Ipec feito no fim de agosto, ele lidera com 50% das intenções de voto, contra 25% do petista.
Ontem, Lula participou de um comício em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, em companhia do candidato ao governo do estado pelo PSD, Alexandre Kalil. A campanha tem priorizado os estados do Sudeste, que concentram a maioria do eleitorado brasileiro.
A ida de Lula a Minas também atende ao apelo de Kalil, que enfrenta dificuldades para subir nas pesquisas de opinião, lideradas pelo governador Romeu Zema (Novo), que tenta a reeleição. O ex-prefeito de Belo Horizonte faz campanha colando sua imagem à do petista, que lidera a preferência da corrida pelo Palácio do Planalto entre os eleitores mineiros.
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Muralha
A ida de Bolsonaro ao Agreste de Pernambuco, amanhã, será a segunda incursão a terras nordestinas em menos de quatro dias. Anteontem, esteve em Natal, onde participou de um encontro com mulheres, liderou uma motociata e discursou no palanque montado pelo ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL), candidato ao Senado. O Rio Grande do Norte é governado por Fátima Bezerra, do PT, que tenta a reeleição.
Amanhã, Bolsonaro visita Garanhuns e Caruaru. Estão previstos encontros com evangélicos, motociatas e comícios nas duas cidades. No Nordeste, segundo a última pesquisa Ipec, divulgada na semana passada, Lula tem a preferência de 56% dos eleitores, mais que o dobro das intenções de voto declaradas para o presidente, que somam 23%.