Eleições 2022

Aécio Neves sobre 2014: 'não perdi para a Dilma, mas para o Bolsa Família'

Deputado federal atribuiu a vitória da petista nas eleições presidenciais ao programa de transferência de renda em áreas mais pobres de Minas e do Brasil

O deputado federal e candidato à reeleição Aécio Neves (PSDB) disse nesta quinta-feira (15/9), que sua derrota nas eleições presidenciais de 2014 se deu pela influência do Bolsa Família em converter votos para a candidata Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao Estado de Minas, o ex-governador disse que o programa de transferência de renda foi decisivo para a vitória petista.

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O candidato foi questionado sobre a importância de Minas Gerais para a eleição presidencial. Desde 1950, quem vence nas urnas mineiras leva a melhor no cenário nacional e, em 2014, Aécio Neves ficou atrás de Dilma no estado (47,6% contra 52,4% no segundo turno). Ele apontou a influência do Bolsa Família no Norte de Minas e na região do Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha.

“Quando o eleitorado em Minas pôde optar por votar no PT para a presidência da República e no PSDB para governo do estado, ele fez isso de forma muito natural nessas regiões. Era o chamado “Lulécio” naquela época. E não foi fruto de nenhuma articulação política formal, porque as pessoas reconheciam as ações do nosso governo, as estradas, a saúde, a educação melhor, a vida melhorando e ao mesmo tempo reconheciam a ação social do governo do PT, através desses programas assistencialistas [...] Mas quando teve que votar entre um e outro, que foi na eleição presidencial (de 2014), que éramos nós contra o PT, optou pelo estômago, pelo Bolsa Família. Isso foi no Nordeste (do Brasil), isso foi em Minas. Eu não perdi a eleição para a Dilma, eu perdi a eleição para o Bolsa Familia”, disse.

Para Aécio, os programas de transferência de renda deveriam ser sucedidos por políticas de inclusão no mercado de trabalho. Na análise do deputado, aliar projetos como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil à conquista de votos pode ter um saldo negativo para o país e criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“A consequência pode ser perversa para o país. Estamos vendo que agora o presidente Bolsonaro percebeu isso e então vai na mesma linha, só tem um caminho, fortalecer mais os programas sociais buscando capitalizá-los eleitoralmente. Não sei se vai conseguir, acho até que não será fácil porque está muito enraizado na memória das pessoas o papel do PT nesses programas. Mas será que esse é o Brasil que nós queremos? O próximo vai ter que fazer um programa assistencialista maior para ter votos ou vamos emancipar esse país?”, questiona.

Aécio Neves fechou a sequência de candidatos à Câmara entrevistados pelo Estado de Minas. Foram convidados os candidatos a deputado federal que tendem a ser os "puxadores de votos" de seus partidos na eleição de outubro. Além dele, o podcast de Política "EM Entrevista" recebeu Duda Salabert (PDT), Reginaldo Lopes (PT) e Marcelo Álvaro Antônio (PL).

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