O deputado federal e candidato à reeleição Aécio Neves (PSDB) fez críticas aos últimos governos eleitos à presidência do Brasil e avalia que Jair Bolsonaro (PL) perdeu uma oportunidade de mudar o país após governos petistas. Em entrevista ao Estado de Minas, o tucano usou a gestão da política externa como exemplo para criticar os dois favoritos ao Planalto em 2023.
“Eu acho que o presidente Bolsonaro, na verdade, está jogando fora uma grande oportunidade de reorganizar o Brasil, de pacificar o Brasil”, disse. Na sequência, Aécio falou sobre a política externa: “saímos desse radicalismo à esquerda, que nos subordinava a esse bolivarianismo, a relações com países pouco importantes do ponto de vista estratégico para o Brasil e caímos no outro extremo, que foi uma política externa conduzida, até aquele tempo, por Ernesto Araújo que negava o multilateralismo, que buscava alianças apenas do ponto de vista ideológico e não pragmático”.
Na análise do deputado, que presidiu a Comissão de Relações exteriores e Defesa Nacional da Câmara em seu último mandato, a economia é um ponto positivo do governo Bolsonaro em relação às administrações petistas. A gestão e as pautas ideológicas da atual gestão, no entanto, foram criticadas.
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“Do ponto de vista da economia, hoje temos um Brasil muito melhor, a realidade é essa. Inflação em declínio, economia voltando a crescer. Nesse aspecto não tem comparação com o governo do PT. Mas o presidente Bolsonaro, do ponto de vista da gestão, da pauta de costumes que prega, na verdade representa também um atraso”, disse.
Questionado se apoiaria Bolsonaro ou Lula em um eventual segundo turno, Aécio não declarou opção, mas disse que com seu voto, o PT não volta ao Planalto. “Nenhum dos dois é o perfil que eu gostaria de ver presidindo o Brasil. Agora, eu terei sempre uma dificuldade enorme de compreender que o retorno do PT possa fazer bem ao Brasil”.
Aécio Neves fechou a sequência de candidatos à Câmara entrevistados pelo Estado de Minas. Foram convidados os candidatos a deputado federal que tendem a ser os "puxadores de votos" de seus partidos na eleição de outubro. Além dele, o podcast de Política "EM Entrevista" recebeu Duda Salabert (PDT), Reginaldo Lopes (PT) e Marcelo Álvaro Antônio (PL).