O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado da campanha de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio Vieira, atuou para tentar conter a crise provocada pelo ataque do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP) à jornalista Vera Magalhães. Veio dele o alerta para o comitê reagir com rapidez para mitigar os riscos de processo judicial que atinja não só a eleição do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) como a do próprio presidente Jair Bolsonaro.
Levado pela equipe de Tarcísio de Freitas para os estúdios da TV Cultura, onde seria realizado debate com os candidatos ao governo paulista, o deputado partiu para cima da jornalista Vera Magalhães com celular na mão e proferindo insultos. A profissional da imprensa virou alvo dos bolsonaristas desde que o presidente Bolsonaro a atacou num debate na TV após uma pergunta sobre queda no número de vacinações no País.
Uma das propostas avaliadas pela campanha do presidente foi o próprio Bolsonaro repudiar a atitude do deputado, mas com uma defesa à liberdade de imprensa, ao mesmo tempo em que falaria que os governos do PT querem controlar a mídia. Mas a ideia foi descartada por conta do histórico de ataques do presidente à mesma jornalista. A preocupação levada à campanha pelo advogado Tarcísio Vieira levada em conta o risco de o tema ser judicializado em São Paulo contra o deputado com impacto na campanha do próprio Bolsonaro.
A solução encontrada foi uma manifestação pública do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. Coube a ele postar em rede social uma condenação da agressão. A escolha de Eduardo não foi à toa. Ele tinha desavenças políticas com Douglas Garcia. Antes aliados, o filho do presidente e o deputado estadual brigaram em 2020 após Douglas ter envolvido Eduardo no caso dos dossiês feitos contra militantes de esquerda. O candidato ao governo paulista também veio a público condenar a agressão à jornalista. Tarcísio de Freitas usou sua rede social para criticar a conduta do deputado.
Entre os aliados do presidente a agressão à jornalista, no princípio, foi tratada como motivo de chacota. Por conta dos ataques de Bolsonaro a Vera Magalhães, algumas pessoas próximas a eles chegaram a compartilhar mensagens com comentários depreciativos em relação à jornalista.