A vereadora Duda Salabert (PDT) deu a entender que não compartilha da estratégia de ataque, adotada pelo candidato à presidência da República pelo seu partido, Ciro Gomes, em relação ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com críticas duras ao petista, o pedetista sinalizou que pode não apoior Lula em um eventual segundo turno com Jair Bolsonaro (PL). "O Ciro está adotando essa postura. É do Ciro, não é minha. Temos que avançar enquanto campo popular," argumentou Duda, candidata à deputada federal por Minas, que participou da sabatina do EM Entrevista nesta quarta-feira (14/09).
Duda afirmou que dará um voto útil para a presidência da República, com o propósito de derrotar Bolsonaro, que, na avaliação dela, traz riscos à vida de pessoas trans devido ao discurso de ódio que ele propaga. "Vivemos um momento muito crítico do ponto de vista democrático. Nós temos dois projetos: de um lado, a barbárie; do outro lado, a civilidade". Duda argumentou os motivos que a levam a se opor a Bolsonaro. "A barbárie é plasmada no programa de Jair Bolsonaro, na necropolítica, que ele colocou em prática no Brasil, negando a ciência e que ele vai levar a carregar nas costas as mortes de mais de 650 mil pessoas pelo negacionismo dele e a postura anti-vacina dele. Esse é um lado. Eu estou completamente diferente", disse.
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No dia da eleição, em 2 de outubro, a parlamentar votará no candidato com maior chances de derrotar Bolsonaro, apesar de, em 2018, ter votado em Ciro, candidato que ela considera mais "qualificado" para ocupar a presidência. "Do ponto de vista econômico, [o programa de Ciro Gomes] é mais à esquerda do que o do Lula no que se refere a revogar algumas reformas no país. Agora o voto vai ter que ser útil. Temos que derrotar Bolsonaro o quanto antes possível, de preferência no primeiro turno", afirmou.
Duda revelou que votará no presidenciável no mesmo campo da esquerda melhor posicionado, que pode ser Lula, Ciro, Leonardo Péricles (Unidade Popular) ou Vera Lúcia (PSTU). As pesquisas indicam a liderança do petista. "O outro lado busca a civilidade no país, e é marcado por candidatos do nosso campo progressista", justificou. Completou: "vamos votar em quem tiver maior chance de vencer Bolsonaro".
'Um erro político'
Duda explicou os motivos de não ter saído candidata ao Senado, embora tivesse o nome entre os mais cotados, por não desejar dividir o palanque com o PSDB. Ela explicou que para as candidaturas majoritárias, o PDT firmou aliança com o PSDB. "É importante reforçar, porque muita gente não entende essa política-eleitoral, essa coligação é somente governo e Senado, não influi na chapa de deputados."
Ela fez críticas a Aécio Neves, candidato a deputado federal pelo PSDB. "Aécio Neves é uma vergonha para a política mineira. Nunca vocês vão me ver próximo a essa galera de Aécio Neves, por isso, eu rejeitei." A vereadora afirmou ter influenciado a formação das chapas proporcionais de seu partido. "Sou vice-presidente nacional do partido e tenho o compromisso de trazer o partido para o campo popular que, em Minas, por muito tempo foi sequestrado por alas do PSDB."
A vereadora, aposta para puxar votos para o PDT, defendeu a chapa para os cargos proporcionais. "Conseguimos manter uma chapa de deputados federais e estaduais muita alinhada com os direitos dos trabalhadores, com o trabalhismo, com Leonel Brizola e com sua tradição. Estou muito feliz com a chapa de candidatos do PDT. Temos chance de eleger uma chapa que pode assumir o protagonismo no campo da esquerda em Minas, isso é muito bom de se dizer."
O apoio de Ciro ao candidato tucano ao governo, Marcus Pestana, foi criticado pela vereadora que afirma desconforto com a situação. "É um erro político. Eu penso dessa forma. O partido poderia lançar uma candidatura própria, tem quadros para isso, mas foi um erro", disse.
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