O presidente Jair Bolsonaro (PL) investiu em ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em comício nesta quarta-feira (14/9) em Presidente Prudente (SP). Em um discurso sobre “liberdade”, o chefe do Executivo disse que “o outro lado” quer escravizar a população e, sem citar o nome do petista, disse que ele “é um cara sem qualquer amor pela família”.
“Cada vez mais pessoas de bem estão se apresentando para a política brasileira. Vocês sabem, se um dia vocês perderem seus bens materiais, poderão recuperar caso tenha liberdade para tal. Sabemos por que esses outros querem roubar a nossa liberdade, querem nos escravizar. Por vezes não entendemos como pode um cara que não tem qualquer amor pela família, diz que vai controlar a mídia e a mídia continua apoiando esse cara”, apontou, ao som de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” entoado por apoiadores.
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“Por que esse outro lado que até pouco tempo pisoteava a nossa bandeira, rasgava, tacava fogo, levantava uma bandeira vermelha e quer voltar a cena do crime dessa nação? Para fazer o quê?”, questionou.
Bolsonaro alegou ainda que Lula é amigo de presidentes cujos países estão na miséria por adotarem o socialismo.
“Isso é motivo de preocupação de todos nós porque outros países estão de olho em nossas riquezas. Esse outro cara foi na Venezuela fazer campanha para Chávez e Maduro e hoje esse país está vivendo abaixo da linha da miséria. Esse cara que, quando estava preso, recebeu a visita de um candidato a presidência da Argentina na cadeia. Fez campanha e esse cara da Argentina (Alberto Fernández) hoje está acabando com seu próprio país. Façam comparações. Vejam como estão os países cujo presidente ou ditadores são amigos de Luiz Inácio Lula da Silva”, disse citando ainda relação entre o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e o petista.
"Poder pelo poder"
Frente a apoiadores, o chefe do Executivo levantou a bandeira do conservadorismo, citou Laura, sua filha mais nova, e destacou que os filhos são o patrimônio de cada família. Ele também falou em "ideologia de gênero” e atacou Lula, chamando-o de “pinguço” e “vagabundo” que “quer destruir valores familiares”.
“Qual é o patrimônio de cada um de nós? O meu maior patrimônio é a minha filha Laura, de 11 anos. Todos nós temos como patrimônio os nossos filhos. O que esse cara pinguço, vagabundo, o que ele, desde quando assumiu, reserva para nossas crianças? Reserva ideologia de gênero. Eu não quero que a minha filha de 11 anos, ali, no banheiro da escola, encontre um marmanjo de 15 fazendo xixi no mesmo banheiro. O que esse cara quer com isso? Quer destruir os valores familiares.”
“Esse cara prega liberação das drogas, esse cara sabe o que sofre uma mãe com o filho no mundo das drogas? Esse cara fala em aborto como se fala em extrair um dente cariado. Esse cara não tem qualquer compromisso com nossas famílias, esse cara quer o poder pelo poder. Quer fincar no Brasil uma bandeira não verde e amarela, mas uma bandeira vermelha”, continuou, relatando a criação do auxílio emergencial e do Auxílio Brasil, além da queda nos preços dos combustíveis.
“Buscamos alternativas para diminuir o preço dos combustíveis. Aprovamos o ICMS e, não se esqueçam, no Senado, todos os senadores do PT votaram contra a diminuição do preço da gasolina, queriam a gasolina a R$ 9. Queriam o povo sofrendo.”
“Lado do bem”
Candidato à reeleição, Bolsonaro pediu voto em seu nome a apoiadores, apelou que façam movimentos de ‘vira votos’ com conhecidos de esquerda para virem para o “lado do bem”, além de orientar que simpatizantes compareçam às urnas trajando verde e amarelo.
“Temos eleições no dia 2. Peço a todos vocês que compareçam às urnas, vá votar de verde e amarelo, convençam as pessoas que estão do outro lado para vir para o nosso lado. É o lado do bem, é o lado da verdade, da prosperidade, da liberdade, é o lado que todos nós queremos. É onde convive um corinthiano e um palmeirense, sem nenhum problema”. E apontou seu número na urna, além dos números do vereador e do senador aliados em São Paulo.
“Peço humildemente, para presidente, votem 22. Para vereador, vote 10. No Senado 222, temos um capitão em Brasília, vamos ter um capitão, um colega da Força Aérea no Senado. O futuro do Brasil está em nossas mãos. Nós podemos escolher para melhor nos afastar do socialismo, do comunismo bem decidido por ocasião dessas eleições.”
Intenções de voto
O presidente ainda descredibilizou institutos de pesquisa que têm apontado Lula na dianteira da intenção de votos e afirmou que a pesquisa de seu governo é o “Datapovo”.
“A luta não será fácil, ainda não está decidido. Vocês veem por aí institutos de pesquisas que não têm qualquer credibilidade, dando vitória para um bandido no primeiro turno. A nossa pesquisa é o Datapovo, é o sentimentos de cada um de vocês, o comparecimento nas urnas e o convencimento de quem está equivocado para nós continuarmos trilhando o futuro que interessa a cada um de nós."
Bolsonaro estava acompanhado de Tarcísio Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo, e de Marcos Pontes (PL), candidato ao Senado pelo estado. Horas antes, o presidente participou de uma motociata pelas ruas da cidade. À tarde, desembarca em Natal, onde também participa de um comício e motociata.
Ao final do comício, saiu em desfile em carro aberto e, citando a presença de bolsonaristas nas ruas e nos eventos, disse que “não tem como” não vencer em primeiro turno com 60% dos votos, sem citar a origem da projeção.
"Terminamos aqui em Presidente Prudente, recepção excepcional. Um apoio muito grande. Não tem como não ser no segundo turno com 60% de votos, não tem como. Primeiro turno, 60% de votos”.