Candidato à reeleição, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (14/9) ser "estarrecedor o ódio que essa gente que atacou a Vera Magalhães sente das mulheres". O episódio envolvendo a jornalista e o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) ocorreu ontem após o debate da TV Cultura entre candidatos ao Palácio dos Bandeirantes.
"É estarrecedor o ódio que essa gente que atacou a Vera Magalhães sente das mulheres. O método se repete há anos. São traumas muito mal resolvidos", disse o governador em sua conta no Twitter. Garcia já havia manifestado seu repúdio ao caso logo após o fim do debate, classificando a atitude do deputado de "ataque covarde".
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Outros candidatos ao governo paulista também se manifestaram sobre a agressão. "Lamento profundamente e repudio veementemente a agressão sofrida pela jornalista Vera Magalhães enquanto exercia sua função de jornalista durante o debate de hoje [ontem]. Essa é uma atitude incompatível com a democracia", disse Tarcísio de Freitas (Republicanos). Douglas Garcia, seu aliado, acompanhava o ex-ministro ao evento.
Já o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse que "deputado que agride ou assedia jornalista deve ser cassado por falta de decoro. Vamos transformar a Assembleia Legislativa de SP em território livre da misoginia. Solidariedade a Vera Magalhães".
Entenda o caso
Durante debate entre os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, realizado pela TV Cultura, Douglas Garcia reiterou os ataques de Bolsonaro a Vera Magalhães. O presidente chamou Vera de "vergonha para o jornalismo brasileiro" durante debate presidencial realizado pela TV Band. Gravando o confronto com um celular, ontem, o deputado também reproduziu informações falsas sobre a remuneração da jornalista. Separados por um seguraça, Douglas manteve a agressão até ter seu celular tomado e arremessado pelo diretor de redação da TV Cultura, Leão Serva.
Em postagem no Twitter antes do debate, Douglas mostrou um crachá do evento e perguntou se Vera participaria do programa.
"Não tenho medo de homem que ameaça e intimida mulher", disse Vera. Ela afirmou ainda que teve que deixar o local da gravação do debate, o Memorial da América Latina, escoltada por seguranças e que irá registrar um boletim de ocorrência contra Douglas. "Um país que é condescendente com esse tipo de ameaça à imprensa não é uma democracia plena. Basta!", completou.