O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quarta-feira (14/9) que o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), que hostilizou e agrediu verbalmente a jornalista Vera Magalhães durante debate ontem (13/9), na TV Cultura, entre os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, deve ser "cassado por falta de decoro" pelo ataque.
"Deputado que agride ou assedia jornalista deve ser cassado por falta de decoro. Vamos transformar a Assembleia Legislativa de SP em território livre da misoginia. Solidariedade a Vera Magalhães", disse o ex-prefeito de São Paulo em sua conta no Twitter.
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Logo após o debate, o petista repudiou a agressão e a classificou como uma "clara tentativa de ataque à liberdade de imprensa, método bolsonarista de intimidação contra a democracia". Os outros candidatos que lideram a corrida ao governo paulista também se manifestaram na noite de ontem.
"Lamento profundamente e repudio veementemente a agressão sofrida pela jornalista Vera Magalhães enquanto exercia sua função de jornalista durante o debate de hoje [ontem]. Essa é uma atitude incompatível com a democracia", disse Tarcísio de Freitas (Republicanos). Já o tucano Rodrigo Garcia (PSDB) afirmou que "é estarrecedor o ódio que essa gente que atacou a Vera Magalhães sente das mulheres. O método se repete há anos. São traumas muito mal resolvidos".
Entenda o caso
Durante debate entre os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, realizado pela TV Cultura, Douglas Garcia reiterou os ataques de Bolsonaro a Vera Magalhães. O presidente chamou Vera de "vergonha para o jornalismo brasileiro" durante debate presidencial realizado pela TV Band. Gravando o confronto com um celular, ontem, o deputado também reproduziu informações falsas sobre a remuneração da jornalista. Separados por um seguraça, Douglas manteve a agressão até ter seu celular tomado e arremessado pelo diretor de redação da TV Cultura, Leão Serva.
Em postagem no Twitter antes do debate, Douglas mostrou um crachá do evento e perguntou se Vera participaria do programa.
"Não tenho medo de homem que ameaça e intimida mulher", disse Vera. Ela afirmou ainda que teve que deixar o local da gravação do debate, o Memorial da América Latina, escoltada por seguranças e que irá registrar um boletim de ocorrência contra Douglas. "Um país que é condescendente com esse tipo de ameaça à imprensa não é uma democracia plena. Basta!", completou.
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