O Twitter e Facebook apagaram postagens do deputado federal André Janones (Avante-MG) que associavam o veto ao piso salarial da enfermagem ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). As publicações não correspondem à realidade, já que a derrubada da lei ocorreu por meio de uma liminar assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que atendeu a um pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde).
A ação que deu 24 horas para as plataformas apagarem as postagens de Janones foi determinada pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na decisão, ele considerou que as postagens de Janones foram veiculadas “sem prévia verificação de sua fidedignidade e, portanto, com aptidão a gerar desinformação sobre a verdade dos fatos e, com isso, repercutir e interferir negativa e irregularmente no pleito, o que deve ser reprimido pela Justiça Eleitoral”.
O ministro do TSE também argumentou que o fato de Janones possuir um perfil com “alta quantidade de seguidores” faz com que os conteúdos enganosos sejam visualizados por um grande número de usuários, “o que possibilita, em tese, a ocorrência de repercussão negativa de difícil reparação na imagem do candidato”.
Saiba Mais
Desinformação
As publicações citadas pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino foram verificadas como falsas pelo Holofote, na última quarta-feira (7/09). André Janones postou duas desinformações que atribuem a Bolsonaro e ao PL o veto do piso dos profissionais.
Além disso, em alusão a uma ideia de que o bolsonarismo utiliza ‘fake news’, ele escreveu ser necessário compartilhar do mesmo método para fazer política.
Nas redes sociais, nesta sexta-feira (9/09), Janones afirmou que cumprirá a medida do TSE, mesmo compreendendo que não divulgou ‘fake news’. “Só deixei uma fala no ar, exatamente como eles fazem: Partido de Bolsonaro estaria por trás do pedido que derrubou o piso. Eu ainda frisei que a informação precisava ser confirmada. É bonito? Não! Tem outra forma de estancar fake news? Por ora, também não!”, afirmou o parlamentar.