Após não conseguir participar da sessão solene em comemoração do Bicentenário da Independência do Brasil, nesta quinta-feira (8/9), no Senado Federal, o ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em ofício ao Senado que repudia as ações de Jair Bolsonaro (PL).
"Assisti com profunda indignação às falas do presidente da República, a pretexto da celebração do Dia da
Independência", afirmou Lula. "Em primeiro lugar, pela tentativa escancarada de obter vantagem eleitoral com o uso de recursos públicos. E pelo sequestro de uma data que não pertence a ele, mas à Nação brasileira, a exemplo do que tenta fazer com a nossa bandeira e com o verde e amarelo, são patrimônios do nosso povo."
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Para Lula, "de todas as pessoas sérias deste país, é ainda maior pelo uso de uma data de orgulho nacional, quando deveríamos celebrar a união de todos os brasileiros, para mais uma vez espalhar ódio, mentiras e ameaças à democracia".
Segundo ele, Bolsonaro poderia ter se dirigido ao povo para falar de paz, harmonia, geração de emprego, educação, saúde ou de combate à fome. "Mas ele não tem nada a dizer sobre isso, porque não tem nada de positivo para apresentar, nessas ou em quaisquer outras áreas", afirmou Lula.
O legado do atual presidente, continuou, "é a volta da fome, que nós havíamos banido deste país". "É o desemprego, a inflação descontrolada, a devastação do meio ambiente. É o sofrimento das famílias, oprimidas pela falta de alimentação adequada, de emprego, de renda, de moradia digna e de esperança. Logo ele, que se diz defensor da família, quando na verdade só cuida dos interesses da sua própria família."
E completou: "O legado do atual presidente é o ódio aos negros, aos indígenas e aos pobres em geral. É o desprezo pelas mulheres. É o seu descaso criminoso para com a saúde, que levou à morte centenas de milhares de vítimas da covid. É a corrupção desenfreada do seu governo, que ele tenta varrer para baixo dos sigilos de 100 anos."