O PDT, partido do presidenciável Ciro Gomes, entrou nesta quinta-feira (8/9) com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas ações do mandatário durante os desfiles e atos realizados ontem (7), no Dia da Independência. O partido pede que Bolsonaro e seu candidato a vice, Walter Braga Netto (PL), sejam declarados inelegíveis no pleito de 2022 e também pelos próximos 8 anos.
A ação de investigação judicial eleitoral (Aije), segundo o PDT, tem como objetivo "apurar e reprimir" abuso de poder político, econômico e uso dos meios de comunicação social pelo candidato à reeleição no 7 de Setembro. Bolsonaro participou do desfile cívico-militar em Brasília, discursou em trio elétrico para apoiadores logo depois e participou de motociata e novo discurso a apoiadores no Rio de Janeiro.
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"Evento desvirtuado"
"O evento [comemoração do 7 de setembro] foi desvirtuado apenas para satisfazer os interesses da campanha eleitoral dos investigados, sem ao menos voltar-se aos os fins a que se destinava”, afirmou o PDT. "Além do uso da estrutura (palanque, veiculação através da TV Brasil), que foi custeado com o Erário, o primeiro investigado [Bolsonaro] cumprimentou pessoas, posou para fotos com aliados e, em discurso realizado em cima de um trio elétrico, conclamou apoiadores a votarem nele no primeiro turno", diz ainda a legenda na ação impetrada.
O PDT também cita que houve um gasto na realização do desfile 247% maior do que o realizado em 2019, último desfile ocorrido em comemoração à Independência, citando ainda que o valor, estimado em R$ 3,3 milhões, foi "desvirtuado para fins eleitorais". Especialistas acreditam que Bolsonaro extrapolou os limites da legislação eleitoral ao usar a solenidade oficial para promover sua reeleição.
Outros partidos anunciaram ontem que também acionarão o TSE contra Bolsonaro, como o PT e o União Brasil. A ação do PDT tem como relator o ministro Benedito Gonçalves, que tomou posse nesta quinta (8/9) como corregedor-geral eleitoral.