O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez discurso em defesa das eleições e da democracia na abertura da sessão solene do Congresso Nacional em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, nesta quinta-feira (8/9). Também participam da sessão, o presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Jair Bolsonaro desmarcou a presença em cima da hora e não enviou carta, como fizeram alguns dos ex-presidentes convidados.
Pacheco firmou seu discurso usual de promoção da harmonia nas relações políticas e entre os Três Poderes e que os congressistas devem “se inspirar” na cidadania do povo brasileiro no Dia da Independência. O chefe do Congresso disse também que o voto “é a arma mais importante da democracia” e que não deve ser feito “em meio a discurso de ódio”.
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“Vamos nos inspirar nesse exemplo, promover a harmonização política, aprimorar modelo econômico, fazer mudanças que visem prosperidade dos cidadãos, almejar fraternidade, a solidariedade social, o respeito recíproco e respeito às divergências. Lembro que daqui a menos de um mês, os brasileiros e brasileiras vão praticar exercício cívico de votar em seus representantes. O amplo direito de voto, a arma mais importante de uma democracia, não pode ser exercido com desrespeito em meio a discurso de ódio, com violência, intolerância em face de quem é diferente”, disse.
Um dia após as manifestações do 7 de Setembro com desfile cívico-militar e palanque do presidente Jair Bolsonaro (PL), Pacheco afirmou que a Constituição Federal de 1988 é o “símbolo máximo” da liberdade — uma das pautas mais levantadas por Bolsonaro e apoiadores, em críticas à atuação do Judiciário — e da democracia brasileira. O presidente do Congresso também criticou ataques à democracia e aos Poderes.
"Alegóricos retrocessos antidemocráticos"
“Com a Constituição Federal de 1988, conhecida como constituição cidadã, símbolo máximo da redemocratização, a nossa história deu uma guinada definitiva no sentido da liberdade e da democracia”, reforçou Pacheco. Ontem, o tradicional desfile cívico-militar virou palanque para Jair Bolsonaro após a cerimônia. O presidente e apoiadores afirmam que possuem a “liberdade de expressão” cerceada, em especial pelo poder Judiciário, que agiu diante de ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Estado de direito.
“Seus fundamentos fortalecidos, por meio do reconhecimento legítimo dos brasileiros aos Poderes constituídos, serviram e servirão para enfrentarmos alegóricos retrocessos antidemocráticos e eventuais ataques ao Estado de direito e à democracia. Isso é irrefutável e irreversível”, disse Pacheco, que concluiu afirmando que a “radiografia” do Brasil mostra questões econômicas, políticas e sociais que apontam um cenário ainda precário no Brasil enquanto país, e que os Poderes devem agir para uma “melhora significativa” do Estado brasileiro.
“Senhoras e senhores, embora muito tenhamos avançado, o caminho para um amplo desenvolvimento ainda é longo. Uma radiografia para questões econômicas, políticas e sociais apontam quadro ainda precário no Brasil, exigindo de todos esforços para uma melhora significativa do Estado brasileiro. Diante disso, precisamos analisar o que falhou e o que podemos fazer para mudar este cenário.”
Pacheco ainda fez reflexões sobre a relação Brasil-Portugal desde o tempo da metrópole-colônia e a evolução da relação entre os países.