O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (7/9), em discurso a manifestantes a seu favor na Esplanada dos Ministérios, que, se eleito, vai "trazer para as quatro linhas da Constituição os que ousam ficar fora delas". Em sua fala, também fez críticas veladas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu votos nas eleições de outubro, mas não atacou diretamente a Corte nem o sistema eleitoral.
"É obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para as quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas", disse o presidente, que discursou em cima de um trio elétrico em frente ao Congresso Nacional, logo após o fim do desfile do Dia da Independência.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou, durante café da manhã no Palácio da Alvorada, que "a história pode se repetir" ao citar momentos de ruptura democrática na história brasileira. A fala foi feita ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, de ministros, parlamentares e empresários investigados pelo Supremo.
Dois outros trios elétricos, também do Movimento Brasil Verde, ligado ao agronegócio, retransmitiram o discurso. Estavam ao lado do presidente o pastor Silas Malafaia, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o empresário Luciano Hang, um dos dos oito alvos de operação da Polícia Federal por suposto apoio a golpe de Estado no país.
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Diferentemente do ano passado, Bolsonaro não fez críticas diretas ao STF. "Hoje, todos sabem quem é poder Executivo. Hoje, todos sabem o que é Câmara dos Deputados, todos sabem o que é o Senado Federal e, também, todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal", disse o presidente. Manifestantes vaiaram a citação ao Supremo, ao que Bolsonaro retrucou: "A voz do povo é a voz de Deus".
No gramado, apoiadores que ocupam a Esplanada dos Ministérios repetem as pautas do 7 de Setembro passado e pedem ações contra o STF e pela intervenção das Forças Armadas. Eles também protestam contra o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Economia "pujante"
O presidente afirmou ainda que o Brasil é um país de maioria cristã e agradeceu a Deus por sua "segunda vida", após o atentado a faca que sofreu em 2018. Ele também citou que a economia brasileira está "pujante" apesar da crise causada pela pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
"Vamos todos votar"
Sem Lula, à frente nas pesquisas, Bolsonaro teceu crítica aos governos do ex-presidente. "Sabemos que temos pela frente uma luta do bem contra o mal. Um mal que perdurou por 14 anos no nosso país, que quase quebrou a nossa Pátria e que agora deseja voltar à cena do crime. Não voltarão", afirmou. "A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro. Vamos todos votar. Vamos convencer àqueles que pensam diferente de nós. Vamos convencer sobre o que é melhor para o nosso Brasil."