Às vésperas dos atos do dia 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dizendo acreditar “100%” apenas nos equipamentos que possuem impressão. A declaração ocorreu nesta terça-feira (6/9), durante sabatina na Jovem Pan, após ser perguntado sobre quanto confiava nas urnas, com nota de zero a 10.
“Eleições limpas, transparentes não tem que ser questionadas em lugar nenhum. Quanto eu confio de zero a 10. Eu confio nas eleições 10 no Paraguai, eu confio de 10 na Colômbia, no Chile, na França, que é o voto no papel, aí eu confio 10. No resto, tem que ficar preocupado”, afirmou.
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Segundo Bolsonaro, mesmo que a Corte acate as sugestões das Forças Armadas em relação às eleições, a possibilidade de fraude será “próximo a zero”, mas que “próximo de zero não é zero”.
“O que me foi reportado é que, com as sugestões das Forças Armadas, caso acolhidas, se reduz a próximo de zero, a próximo de zero, a possibilidade de fraude. Próximo de zero não é zero”. “Parlamentares como Simone Tebet, Roberto Requião, Ciro Gomes já defenderam voto impresso. Agora, eu que estou errado? Quero transparência”, completou.
Sem citar nomes, mas em indireta a ministros e a Lula (PT), disse haver “pessoas que trabalham para eleger um bandido no Brasil”.
“Essas pessoas têm alguma razão para falar em combater a criminalidade? Eles têm a vida deles, descem lá de seu prédio, pega carro blindado, com outro segurança com fuzil e vão para casa e voltam. O povo que se exploda. O povo que se exploda. Essas pessoas que trabalham aqui para eleger um bandido no Brasil”, emendou.
Fachin e as armas
Bolsonaro também reclamou da decisão de Fachin, que restringiu ontem os decretos de armas editados pelo chefe do Executivo. Bolsonaro disse “não concordar em nada” com o magistrado e que, se reeleito, “resolve esse negócio do decreto [de armas] em uma semana”, sem maiores detalhes.
O chefe do Executivo ainda fez críticas a Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lembrando ter conversado em diversas ocasiões com ele, mas que o magistrado “logo depois volta ao que era antes” e “continua tomando medidas”.
“Alexandre de Moraes. Quantas vezes conversamos e alguns dias depois ele volta ao que era antes? Ele levou convite para mim para a posse, fui na posse, foi um discurso pesado. E o que aconteceu logo depois? Ele continua tomando medidas”. E emendou que as decisões são "completamente irregulares".
“Esses inquéritos dele, acho que é consenso, acho que ninguém vai falar que eu estou errado. São inquéritos completamente irregulares, ilegais e inconstitucionais. Você, para ser democrata, você tem que seguir a Constituição e respeitar as leis. Nem uma lei foi respeitada nesses inquéritos.”
“É eu quero e eu não quero? Essa é a posição do senhor Alexandre de Moraes”, afirmou. Já nas considerações finais, disse que o que está em jogo no próximo dia 2 de outubro “é a nossa liberdade”.
“É o bem maior modo que a própria vida e vocês sabem o vem com isso. Vem acontecendo o desgaste, o ataque às nossas liberdades no Brasil. Ouso dizer que se fosse presidente o outro, que ficou em segundo lugar em 2018 [Fernando Haddad], o Brasil já estaria numa ditadura. Um governo que realmente se preocupa com a sua população. Um governo que respeita a família, respeita as religiões. Um governo que luta 24 horas por dia por liberdade. E está dando exemplo na economia para o mundo todo.”
“Está na cara que não existe até o presente momento alguém que poderia ter feito melhor do que fizemos ao longo desses três anos e meio enfrentando seca, pandemia e guerra lá fora”, concluiu.
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