Nesta sexta-feira (2/9), a Justiça de São Paulo determinou que o pastor Silas Malafaia remova de seu Twitter oito publicações que contém informações falsas e ofensas à jornalista Vera Magalhães. A Juíza Maria Carolina de Mattos Bertoldo, da 21ª Vara Cível do estado ainda decidiu que o evangélico está proibido de veicular inverdades nas redes sociais sobre a profissional.
A decisão surgiu após a jornalista entrar com pedido de indenização em consequência de Malafaia falar no Twitter que Vera seria paga pela TV Cultura para realizar ataques ao atual governo de Jair Bolsonaro (PL) e que receberia da emissora R$ 500 mil por ano, tendo sido contratada durante o governo Doria, ex-governador de São Paulo.
Depois de seguidos ataques, a jornalista processou o pastor, mas, antes, falou nas redes sociais que entraria com ação e aconselhou que Malafaia se preparasse “para receber a notificação do meu advogado”.
A Juíza responsável pelo caso considerou que haviam provas suficientes que atestavam as publicações com conteúdo falso e ofensivo e que o réu, Malafaia, “deve agir com responsabilidade ao utilizar as redes sociais, abstendo-se de publicar notícias falsas”. A propagação de informações falsas sobre a jornalista já havia sido comprovada por ela mesmo, quando, depois do pastor dizer que recebia R$ 500 mil por ano da TV Cultura, Vera publicou seu contrato comprovando salário mensal de R$ 22 mil.
“A manutenção na internet de conteúdo falso, difamatório e injurioso causa um grande constrangimento à autora, salientando-se que quanto maior o tempo de disponibilização do conteúdo ofensivo, haverá maior exposição negativa da imagem daquela”, concluiu a Juíza. Caso Malafaia descumpra a determinação, será aplicada “pena de multa diária”.
Ataques após o debate presidencial na Band
Silas Malafaia começou a publicar ofensas e mentiras sobre Vera Magalhães no Twitter depois do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) atacar a jornalista durante o debate presidencial na Band, em 27 de agosto.
Na ocasião, Vera fez uma pergunta direcionada ao candidato Ciro Gomes (PDT), com comentário do presidente Bolsonaro, sobre a postura do governo federal durante a pandemia e a propagação de fake news por parte do chefe do executivo sobre as vacinas, o que, de acordo com ela, pode ter contribuído para o aumento de mortes pelas Covid-19 no país.
Com a pergunta, Bolsonaro se irritou e atacou a jornalista, apontando que ela é “uma vergonha para o jornalismo”. “Eu acho que você dorme pensando em mim. Você deve ter alguma paixão por mim”, disse. Depois do episódio, Silas apoiou a atitude do candidato e falou acusou Vera de ser parcial. “O jornalismo que você faz é parcial e tem lado, é o mais baixo e medíocre que tem”, escreveu o pastor no Twitter.