DECLARAÇÃO

Aras afirma em vídeo que PGR é 'sabotada por organizações criminosas'

Procurador divulgou entrevista antiga no YouTube e criticou "uso político" do sistema de Justiça

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que o Ministério Público Federal (MPF), órgão o qual ele representa, tem sido sabotado “por organizações criminosas com centenas de representações fantasiosas”. O PGR publicou trechos de vídeos antigos em seu canal no YouTube, nesta sexta-feira (3/9), com uma série de declarações criticando o “uso político” do sistema de Justiça.

No início do vídeo, uma mensagem escrita informa que se tratam de entrevistas e jornalistas de Minas Gerais, em 19 de agosto, e de veículos estrangeiros, em 11 de julho e 9 de agosto. Aras avaliou que a cúpula do MPF é “sabotada com centenas de representações”, sem fundamentação, para investigar autoridades, em uma “estratégia para impedir” que ele “continue investigando as verdadeiras organizações criminosas” existentes.

"Fake pastor Silas Malafaia"

A “sabotagem” seria por conta de cada representação passar pelas mãos de um servidor, para triagem acerca “da idoneidade, da autoria do conteúdo das provas”, depois encaminhada para um procurador, e ao fim, para o PGR. O procurador disse que a movimentação é uma “perda de tempo e perda de dinheiro público''.

“Nós, a par de cumprimos com o nosso dever constitucional, ainda temos que enfrentar verdadeiras organizações criminosas que sabotam o nosso trabalho com representações fantasiosas, desprovidas de suporte probante, de fundamento legal. Quem faz isso, faz para ocupar a instituição, a máquina administrativa, e impedir que nós continuemos fazendo nosso trabalho de investigação, de acusação, de defesa do patrimônio público, de todos os bens e valores que nos incumbe velar”, disse Aras.

O chefe do MPF ainda citou notícias-crimes “baseadas em meras notícias de jornais previamente plantadas e com autores falsos''. “Tem um fake pastor Silas Malafaia que fez mais de 200 representações contra ministros do Supremo, autoridades de vários órgãos e Poderes”, disse.

“Tudo isso faz parte de um uso do sistema de justiça para fins políticos e está na hora de apurarmos os abusos. Aqui, nós procuramos manter um padrão de diálogo permanente com segmentos políticos e sociais relevantes. Procuramos adotar posturas que respeitem a Constituição Federal e as leis porque fora disso nós vamos ter nulidade, romper com o diálogo jurisdicional”, concluiu Aras.