O presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou questionar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o debate da TV Globo na noite desta quinta-feira (30/9). No terceiro bloco, ao ter a oportunidade de enfrentar o petista, o chefe do Executivo preferiu propagandear sobre ações do governo como a queda no preço da gasolina na elaboração da pergunta direcionando-a ao candidato do Novo, Felipe D'Avila.
"Completamos três meses de inflação negativa, o PIB está para cima, a gasolina foi lá para baixo, o etanol também, temos realmente criando emprego no Brasil. A previsão é nós criamos esse ano, o Brasil criar três milhões de novos empregos. Qual a sua preocupação se o governo cair na mão da esquerda?", perguntou.
D'Ávila rebateu que "seria um desastre, é mais estado intervindo na economia, prejudicando o mercado, separando o Brasil das cadeias globais de valor, ou seja, é tudo o que nós não queremos".
"Nós precisamos avançar com a agenda liberal, nós precisamos abrir a economia do Brasil, porque nenhum país ficou rico fechando a sua economia, e é isso que os governos de esquerda gostam de fazer: reserva de mercado, fechar o mercado. Não, nós queremos o Brasil empreendedor, crescendo, exportando, participando da economia internacional".
D'Ávila ressaltou ainda a importância de modernizar a reforma trabalhista. "Nós precisamos avançar com a reforma trabalhista, muito importante, modernizar, e não como o PT quer fazer, que é regredir a reforma trabalhista. Imagina dar um cavalo de pau numa reforma que ajudou justamente a gerar três milhões de empregos?", questionou.
Bolsonaro rebateu então, que, se eleito, aprovará a reforma fiscal.
"Com o Parlamento brasileiro, nós reduzimos os impostos estaduais: ICMS da gasolina, do álcool, do etanol, do gás de cozinha, das comunicações. Nós fizemos tudo isso dentro da responsabilidade. Eu abri mão de impostos federais nos combustíveis também, e hoje temos uma das gasolinas mais baratas do mundo. Isso, obviamente, leva a inflação para baixo, traz comida mais barata para a mesa do cidadão. Então você tem razão: é cada vez menos Estado para que você possa, através da liberdade, conseguir o sucesso na economia. Pode ter certeza: voltando agora, depois das eleições, vamos aprovar a reforma fiscal no Congresso".
Farpas
Logo no primeiro bloco do debate, no entanto, Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocaram farpas. O petista citou casos de "rachadinha" na família Bolsonaro, desvios na compra das vacinas revelados pela CPI da Covid e denúncias de corrupção no Ministério da Educação.
"Eu só esperava que em um debate entre pessoas que querem ser Presidente da República, o atual Presidente tivesse um mínimo de honestidade, um mínimo de seriedade. Ele falar que eu montei quadrilha? Com a quadrilha da rachadinha dele, que ele decretou sigilo de 100 anos, com a rachadinha da família, sabe, do Ministério da Educação, com barras de ouro? Ele falar de quadrilha comigo? Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele. Ele saber o que foi a quadrilha da vacina!", atacou Lula.
Já Bolsonaro, durante direito de resposta, acusou os filhos de Lula de corrupção e atacou o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto chamando o petista de "mentiroso, ex-presidiário e traidor da pátria". "Que rachadinha? Rachadinha é teus filhos roubando milhões de empresas, após a tua chegada ao poder. Que CPI é essa? Da farsa? Que você vem defender aqui. O que achou a meu respeito? Nada! Que dinheiro de propina? Não teve propina, propina teve o seu Carlos Gabas, do Consórcio do Nordeste! Dos governadores amigos teus! Que foi descoberto em 50 milhões de reais, e nada foi apurado."
Em seguida, Lula prometeu quebrar o sigilo de 100 anos imposto pelo presidente e disse que no próximo dia 02 de outubro, a população vai "mandá-lo para casa".
"Para não atrapalhar o debate, mas é uma insanidade um Presidente da República vir aqui e dizer o que ele fala com a maior desfaçatez. É por isso que no dia 02 de outubro, o povo vai te mandar para casa. Eu vou fazer uma coisa, vou fazer um decreto, acabando com seu sigilo de 100 anos, para saber o que tanto você quer esconder por 100 anos. Eu vou fazer um decreto, assinar para saber o que esse homem esconde por 100 anos! E vou parar por aqui porque eu quero que os outros participem do debate. O Presidente, quando aparecer aqui, por favor, minta menos", completou.
Também participam do debate os candidatos Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe D’Ávila (NOVO), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB).
???? #DebateNaGlobo
— Correio Braziliense (@correio) September 29, 2022
????? Sete presidenciáveis debatem, na noite desta quinta, pela última vez antes do primeiro turno.
???? O confronto começa a partir das 22h30 e terá apenas perguntas entre os candidatos.
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