ELEIÇÕES 2022

"Dívida pelos 350 anos de escravidão", diz Lula sobre lei de cotas

No segundo bloco do debate, candidato do PT foi questionado sobre igualdade racial, mas D'Avila tentou levar o embate para a corrupção nos governos petistas

Luana Patriolino
postado em 30/09/2022 00:03 / atualizado em 30/09/2022 00:04
 (crédito: Reprodução/TV Globo)
(crédito: Reprodução/TV Globo)

O segundo bloco do debate da TV Globo, na noite desta quinta-feira (29/9), abriu com uma pergunta do candidato Felipe D’ávila (Novo) ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O tema sorteado foi cotas raciais, mas D'ávila acabou levando a questão para a corrupção nos governos petistas e como isso afetou o Brasil. 

Lula então respondeu que o país tem uma dívida histórica com a população negra e que deve criar mais políticas públicas para a igualdade racial. “Eu queria que você apenas compreendesse que a lei de cotas vem de uma dívida que o país tem pelos 350 anos de escravidão. A lei de cotas é para enfrentar o racismo, para dar ao povo periférico a oportunidade de estudar e de deter direitos nesse país”, disse.

O petista completou a resposta ressaltando o impacto da lei de cotas no país. “Vocês não sabem o orgulho que tenho de ver filhos de domésticas, de lixeiros, fazendo engenharia. Ver as pessoas ganhando cidadania”, disse.

O Estatuto da Igualdade Racial completou 12 anos de vigor no país, mas ainda enfrenta desafios para a sua total implementação. Criado com o intuito de promover a igualdade racial da população negra por meio de políticas públicas, a legislação representa um avanço, mas ainda convive com as cruéis estatísticas do país — foram registradas quase 20 mil denúncias de crimes raciais no Brasil em 2021, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.



Último confronto antes do primeiro turno



Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Felipe D’Ávila (Novo), Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) participam, nesta quinta-feira (29/9), do último debate entre os candidatos à presidência da República antes do primeiro turno, no domingo (2/10).

A Rede Globo convidou para o debate os postulantes de partidos com pelo menos cinco parlamentares no Congresso Nacional. O debate é mediado pelo jornalista William Bonner e será dividido em quatro blocos, todos com confrontos diretos entre os presidenciáveis. Ao final do quarto bloco, cada candidato fará suas considerações finais.

 

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