Candidato do PT ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva conquistou o apoio de mais dois ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF). Desta vez, as declarações de voto partiram dos ministros aposentados da Corte Carlos Velloso e Celso de Mello. Eles se uniram, assim, a Joaquim Barbosa e Nelson Jobim. A expectativa da campanha petista é de que esse número seja ampliado com a adesão de Ayres Britto.
Ao justificar seu aval a Lula, Velloso criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição. "Diante das ameaças do candidato Bolsonaro contra o sistema eleitoral brasileiro, especialmente as urnas eletrônicas, reconhecidas aqui e no exterior como seguras e confiáveis, o que redunda em ameaça ao Estado democrático de direito, meu voto, no próximo domingo, será para o Lula", disse. O ministro aposentado do STF presidiu a Corte entre 1999 e 2001 e é conhecido pelo apoio às medidas tomadas pela Lava-Jato, operação que culminou na prisão do petista por 580 dias na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
Celso de Mello, por sua vez, fez duras críticas a Bolsonaro. Em nota, o ex-presidente do STF disse que o chefe do Executivo "revelou a uma nação estarrecida por seus atos e declarações a constrangedora figura de um político menor, sem estatura presidencial, de elevado coeficiente de mediocridade, destituído de respeitabilidade política, adepto de corrente ideológica de extrema-direita que perigosamente nega reverência à ordem democrática, ao primado da Constituição e aos princípios fundantes da República". Mello presidiu a Corte entre 1997 e 1999.
Na terça-feira, Joaquim Barbosa gravou um vídeo, a pedido da campanha de Lula, declarando apoio. Ele afirmou ser "preciso votar já em Lula no primeiro turno para encerrar esta eleição no próximo domingo". O ex-presidente do Supremo destacou que Bolsonaro "não é um homem sério". Barbosa foi considerado algoz do PT por ter relatado o processo do mensalão na Corte.
A campanha de Lula comemorou o aval, especialmente, de Barbosa e Velloso, justamente por terem apoiado ações no passado contra o ex-presidente e o PT. "A posição tão surpreendente e corajosa de membros do STF também é um gesto, como tantos outros que a história dirá, para a pacificação", disse ao Correio o ex-governador do Piauí e coordenador da campanha Wellington Dias (PT). "São muitas as feridas que precisam sarar lado a lado, tão necessário para colocar este gigante chamado Brasil nos trilhos."
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