O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que "não é possível que ainda tenha gente querendo construir uma supremacia branca" e repetiu suas falas sobre o palanque de Jair Bolsonaro (PL) durante os atos de 7 de Setembro. Em encontro com representantes do esporte, nesta terça-feira (27/9), Lula também citou os casos recentes de racismo no futebol e defendeu que os clubes precisam ter mais "abertura política" para lidar contra os ataques.
"Não é possível que ainda tenha gente querendo construir uma supremacia branca. Esses dias eu fui... eu acho que eu fui processado, porque aquele comício que o Bolsonaro fez no 7 de Setembro, eu olhei o panaque e o palanque era supremacia branca", discursou Lula. "E o rei do palanque era o 'véio da Havan', parecendo o Louro José", completou.
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O ex-presidente reuniu-se hoje com representantes do setor do esporte em um hotel de São Paulo. Estavam presentes atletas, ex-atletas, jornalistas e dirigentes, como o ex-pugilista Servílio de Oliveira e o locutor esportivo Osmar Santos. Também compareceram ao evento o coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o coordenador de comunicação da campanha, Edinho Silva (PT).
No encontro, o petista fez referência às críticas que recebeu após comparar os atos de 7 de setembro a uma "reunião da Ku Klux Klan" durante um comício em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, um dia após as manifestações. Um grupo de advogados ligados ao Movimento Direita Brasil apresentou, poucos dias depois, uma notícia-crime contra o candidato na Zona Eleitoral da cidade. Após sofrer críticas, Lula afirmou depois que estava se referindo ao palanque de Bolsonaro, e não aos manifestantes.
Racismo no futebol
Em seu discurso, hoje, Lula citou os casos recentes de racismo no futebol, como o sofrido pelo jogador Vinícus Júnior, da seleção brasileira e do clube Real Madrid. "Eu, às vezes, fico triste porque nós estamos vivendo um tempo de racismo mais violento do que alguns tempos atrás. E, possivelmente, um tempo de racismo facilitado por isso aqui", disse, mostrando um celular.
O candidato afirmou também que muitos jogadores vêm de regiões pobres e que a primeira coisa que eles fazem quando têm sucesso é comprar uma casa para a mãe e "dar conforto para a família". Lula afirmou ainda faltar consciência política para lidar com os casos de racismo no esporte. "Os dirigentes do clube deveriam ter um pouco mais de abertura política para conversar com os atletas", declarou.
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