Privatização da Petrobras é "estupidez", diz Lula no Rio de Janeiro

O ex-presidente também voltou a atacar o teto de gastos, medida que pretende revogar

Victor Correia

postado em 26/09/2022 14:17

(crédito: Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou no domingo (25/9) que a privatização da Petrobras, defendida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), é uma "estupidez". O petista disse ainda que não pode garantir se irá reverter as privatizações realizadas pelos últimos governos e que precisa "conhecer o que foi feito" antes de anunciar as medidas.

"Vamos parar com essa estupidez de querer privatizar a Petrobras. Vamos parar com essa estupidez", discursou Lula, em ato com apoiadores na quadra da escola de samba Portela, no Rio de Janeiro. O ex-presidente é crítico ainda da atual política de paridade internacional da estatal, que atrela o preço dos combustíveis ao dólar. Em seu programa de governo, ele promete alterar a prática.

Bolsonaro, por sua vez, defende a privatização da petroleira. O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, já pediu que a estatal seja incluída pelo Ministério da Economia em uma lista de estudos para possíveis privatizações.

"Preciso conhecer o que foi feito"

Já sobre a reversão dos processos realizados nos governos de Michel Temer (MDB) e Bolsonaro, Lula disse que não pode prometer as medidas. "Eu não posso, faltando sete dias para as eleições, dizer que eu vou rever muitas coisas que foram feitas. Não posso dizer, porque seria irresponsabilidade minha. Primeiro, eu preciso conhecer o que foi feito, para depois tomar a decisão", afirmou.

Em seu discurso ainda, o petista voltou a atacar o teto de gastos, medida que também pretende revogar caso seja eleito. "Quero dizer para vocês, acabou o teto de gastos quando eu for presidente da República. E não é só porque eu quero gastar de forma irresponsável", disse Lula. "[A gente] Só pode gastar o que a gente tem. Mas, se for para fazer coisa nova, a gente pode fazer uma dívida. E o Brasil está precisando de um presidente arrojado, que tome a atitude de voltar a investir em infraestrutura", completou.