O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta quarta-feira (21/9) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) financia um "gabinete do ódio" com "muito dinheiro roubado" e que o Partido dos Trabalhadores lidera um "fascismo de esquerda" no Brasil. As falas foram dadas em resposta ao esforço da campanha petista para atrair o voto útil dos eleitores do pedetista.
"Sim, há um fascismo de esquerda no Brasil, liderado pelo PT. Eles estão querendo simplificar, de uma forma absolutamente dramática, o debate e querem simplesmente aniquilar alternativas. Isso é uma tragédia para o Brasil", disse Ciro, pouco antes de sua participação em sabatina organizada pelo jornal Estadão e pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), ao ser questionado sobre os esforços da campanha de Lula para atrair seus eleitores em prol de uma vitória no primeiro turno.
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'Voto Caetano Veloso'
O presidenciável também citou que um terço dos eleitores do ex-presidente escolheram Lula apenas para tirar o atual presidente da cadeira. "É o cara que vai tirar o [Jair] Bolsonaro (PL) e sua falta de educação, sua grosseria, seu banditismo. A razão não é o Lula, nem a proposta do Lula, nem o dia seguinte. É o 'voto Caetano Veloso': boas pessoas, mas que estão com a vida ganha. Quem está preocupado com o dia seguinte é quem não tem plano de saúde. É quem não tem como pagar mensalidade escolar. É quem está submetido ao terrorismo das facções criminosas nas periferias", afirmou Ciro.
Uma das principais estratégias da campanha do ex-presidente na reta final para o primeiro turno é atrair o voto útil dos eleitores de Ciro e da senadora Simone Tebet (MDB), tentando derrotar Bolsonaro já em 2 de outubro.
Aliados de Lula falam abertamente sobre a estratégia. "Se vocês souberem de alguém que quiser votar no 15 [número de Tebet] ou no 12 [número de Ciro], digam que eles têm esse direito, mas que, se o fascismo ganhar, eles não terão esse direito no futuro", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), coordenador de campanha do petista, em comício no último sábado (17).
O gabinete do ódio petista segue espalhando que eu não estava aqui no segundo turno de 2018. Repito: eu estava sim e VOTEI. O que eu NÃO FIZ – e que é meu direito como cidadão – foi fazer campanha junto de bandido. Isso eu não faço, não há a menor chance.
— Ciro Gomes 12 (@cirogomes) September 21, 2022
Lula financia um "gabinete do ódio"
Ciro Gomes também atacou as críticas por estar beneficiando a campanha de Jair Bolsonaro. Vídeos do pedetista com críticas a Lula circulam nas redes bolsonaristas, e o candidato vem sendo acusado de atuar como "linha auxiliar" do candidato à reeleição.
"Isso é o que o gabinete do ódio que o Lula financia a custo de muito dinheiro roubado tem produzido no Brasil", disse o presidenciável. "Nunca fiz nenhum elogio a Bolsonaro. Eu fui às ruas pelo impeachment. Eu assinei três pedidos de impeachment contra o Bolsonaro. Eu fui à corte de Haia representar contra o caráter genocida do Bolsonaro. Sabe quem deu o voto decisivo para manter o orçamento secreto? O PT. O Lula salvou o Bolsonaro e só se explica a sobrevida do Bolsonaro porque o Lula o salvou. O Lula mandou a tropa de choque dele me agredir fisicamente aqui na Avenida Paulista [em São Paulo]", completou Ciro, citando episódio em outubro do ano passado em que manifestantes ligados ao PT jogaram objetos contra ele durante manifestação.
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