No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, o candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) entra na reta final da campanha pressionado por dois "fantasmas": o crescimento do governador tucano Rodrigo Garcia e a alta taxa de rejeição do presidente, que é avaliada como uma barreira a sua candidatura.
Depois de uma pré-campanha baseada na relação com o governo Bolsonaro, o ex-ministro da Infraestrutura tem evitado, desde o início da campanha oficial, usar o ex-chefe em suas peças de propaganda, se apresentando como um apoiador não radical do presidente. Funcionou para catapultar seu nome, pouco conhecido pelo eleitorado paulista, na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, mas, nesta reta final de campanha, está sob ameaça de não ir ao segundo turno.
Por enquanto, Tarcísio ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, atrás de Fernando Haddad (PT), mas vê a diferença para Rodrigo Garcia, terceiro colocado, cair a cada levantamento. Na última enquete do Datafolha, divulgada na quinta-feira, os dois aparecem empatados na margem de erro (22% a 19%, respectivamente).
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Apesar de desconhecido pela maioria do eleitorado paulista (44% não sabem quem ele é), Tarcísio tem a segunda maior taxa de rejeição (27%), atrás apenas do líder, Haddad (35%), segundo o Datafolha. Quem está tirando vantagem dessa situação é Rodrigo Garcia, com 17% de rejeição e conhecido por 56% dos eleitores.
Para Leonardo Barreto, da consultoria de risco político Vector Research, o caso de Tarcísio é ímpar porque o ex-ministro "não entrou na disputa para ganhar a eleição". O cientista político lembra que o objetivo da candidatura era, em princípio, dar palanque a Bolsonaro no maior colégio eleitoral do país. Como a candidatura acabou ganhando competitividade, Tarcísio "mudou de opinião no meio do caminho" na tentativa de se descolar da imagem negativa do ex-chefe em vários segmentos do eleitorado.
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