O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse, nesta quinta-feira (15/9), que o Partido dos Trabalhadores (PT) é responsável pela "animosidade" presente no debate político brasileiro. Há três dias, em entrevista à "CNN Brasil", o presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu ao tucano a culpa pelo atual ambiente. Hoje, ao participar do "EM Entrevista", podcast de Política do Estado de Minas, Aécio rebateu a fala.
"Agora, ele me acusa pelo clima de polarização do país, se esquecendo de que foi ele próprio que criou o 'nós contra eles', que dizia que os tucanos tinham de ser dizimados e apanhar nas ruas e nas urnas. Me lembro que Mário Covas foi a vítima física dessas agressões do PT nas ruas", afirmou Aécio, concorrente à reeleição neste ano.
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Lula, por sua vez, amparou sua opinião nas articulações que antecederam o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Dois anos antes, ela havia derrotado Aécio nas urnas.
"Aécio afrontou a vitória da Dilma, entrou com recurso na Justiça e é responsável pelo clima de animosidade que está criado hoje nesse país. Numa eleição, você disputa, você perde ou você ganha", acusou o candidato do PT.
Ao EM, Aécio garantiu que não vai apoiar a volta de Lula ao Palácio do Planalto mesmo em caso de segundo turno entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição.
"Esse modelo, inclusive, do ponto de vista econômico, (é) atrasado, superado. Nas relações externas, (é) esquizofrênico, quando nos leva a aliar e a ser conduzidos, por exemplo, na América do Sul, por um quase caricato bolivarianismo, liderado, antes, por Hugo Chávez e, depois, por (Nicolás) Maduro. Essa era a política externa apoiada pelo governo do PT. Não acho que isso faça bem ao país. Então, realmente, com meu voto, o PT não voltará", garantiu, em menção a dois líderes venezuelanos.
Segundo o tucano, a "animosidade" e o clima de "nós contra eles" fazem parte do que chamou de "DNA do PT".
"Enfrentei isso na eleição de 2014. Agora, ele avança, também, com as posições dos aliados do presidente Bolsonaro", afirmou.
Deputado diz que Lula não é 'fiel aos fatos'
Ex-governador mineiro e ex-senador, Aécio afirmou que a tese sobre ser ele o grande interlocutor em prol do afastamento de Dilma não corresponde à realidade.
"Faria melhor o presidente Lula se fosse fiel aos fatos, e não apenas a versões criadas única e exclusivamente com objetivos eleitorais. Não tenho a força política a que ele me atribui. Se eu tivesse essa força... e gostaria muito de ter tido, para vencer a eleição, derrotar Dilma e impedir tudo o que ocorreu de trágico no Brasil após a eleição da minha adversária", assinalou.
"O que estamos vivendo é, ainda, consequência daquilo que o PT fez no Brasil", emendou.
Aécio afirmou que a saída da ex-presidente petista do poder Executivo federal está ligado aos atos do governo de Dilma.
"(Lula) responsabilizou minha atuação no Senado Federal pelo impeachment da presidente Dilma, se esquecendo - talvez uma falta de memória conveniente às vésperas da eleição - dos três anos consecutivos de recessão, do desemprego avassalador em que ela mergulhou o país, dos crimes de responsabilidades comprovados que ela cometeu e do assalto à Petrobras, aos fundos de pensão e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), feito por seus aliados".
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