O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (14/9) em comício em Presidente Prudente (SP). A exemplo do discurso feito no 7 de Setembro, o chefe do Executivo falou em “trazer essa minoria que pensa que pode tudo para dentro das quatro linhas da nossa Constituição”. E voltou a defender sua bandeira armamentista.
"Um presidente que defende seus policiais e seus militares, que defende a família, defende a liberdade de seu povo, um presidente que, cada vez mais, fala da legítima defesa, que não quer desarmar o seu povo, muito pelo contrário. Esperem acabar as eleições. Todos jogarão dentro das quatro linhas da Constituição", bradou, sendo ovacionado por apoiadores ao som de “mito”, mas sem detalhar o que faria.
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No último dia 6, Bolsonaro criticou a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, que restringiu os decretos de armas editados pelo chefe do Executivo. Bolsonaro também reclamou da decisão de proibição do porte de armas nas seções eleitorais e do uso de celular na cabine de votação ditados pelo chefe do Executivo. Ele disse “não concordar em nada” com o magistrado e que, se eleito, “resolve esse negócio do decreto [de armas] em uma semana”, apontou na ocasião.
Ainda no evento de comício, o candidato à reeleição voltou a defender o direito à legítima defesa.
“Vamos trazer essa minoria que pensa que pode tudo para dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Nós temos dito: as ditaduras foram precedidas de processo de desarmamento da população. Nós agimos de forma contrária. Povo armado jamais será escravizado. O povo tem o direito à legítima defesa”, reforçou.
Críticas ao PT e ao STF
E aproveitou para atacar o PT. “Do outro lado, o tempo todo, fala e já fez, desarmar o cidadão de bem, não fala em desarmar os vagabundos. Como nós tivemos, por decisão de um ministro... Temos áreas de exclusão no Rio, onde a polícia não pode entrar. Isso não é política de Estado. Isso é início de ditadura.
“Não aceitaremos no Brasil um narcoestado”, completou. Em seguida, um apoiador gritou “Fachin vagabundo”. A decisão a qual o presidente se referia também é do magistrado Fachin, de 2020, que proibiu operações policiais em favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia.
Sem citar nomes, Bolsonaro disse ainda que poucas pessoas, na Praça dos Três Poderes, “ousam cada vez mais tolher a liberdade das mídias sociais”, em indireta a decisões do ministro Alexandre de Moraes.
“Com as mídias sociais conseguimos essa liberdade. Tem poucas pessoas lá na Praça dos Três Poderes que ousam cada vez mais tolher a liberdade das mídias sociais. Não é fácil fazer a coisa certa, para mim seria muito mais fácil estar do outro lado”, emendou.
Por fim, disse que, em sua gestão, a população passou a entender mais sobre o funcionamento da política e que “começaram a entender o que é o STF”, disse em tom de ironia. “Começaram a entender presidente e seus ministros, o que é o TCU (Tribunal de Contas da União), Senado, e começaram a entender o que é o STF”. Ao ouvirem a menção ao Supremo, apoiadores vaiaram.
“Nós defendemos o funcionamento de cada uma das constituições, mas aqueles que ousem, não interessa de qual poder seja, tem que ser trazidos para dentro das quatro linhas. O Brasil não aceita ditadores, o Brasil luta e vai ter liberdade a qualquer preço”, concluiu, ao lado de Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura e candidato ao governo do estado de São Paulo, e de Marcos Pontes, postulante ao Senado.
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