Terras indígenas

Bolsonaro repete crítica a marco temporal: "É o fim da segurança alimentar"

"Poderemos ter um retrocesso aí e mergulhar o Brasil no obscurantismo", disse. Declaração de Bolsonaro ocorreu um dia após a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Ingrid Soares
postado em 13/09/2022 11:51 / atualizado em 13/09/2022 11:54
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta terça-feira (13/9), o novo marco temporal, discutido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe do Executivo disse que, caso haja mudanças na demarcação de terras indígenas, a quantidade já demarcada será dobrada e alegou que isso implicará o “fim da segurança alimentar”.

“A preocupação é com o fim do agronegócio no Brasil. É o fim da nossa segurança alimentar e o fim da nossa economia do campo. Nós alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo”, afirmou, em entrevista a jornalistas em Sorocaba, interior de São Paulo, momentos de participar de uma motociata. Bolsonaro reconheceu ainda que o tema “pouco agrega” como puxador de votos.


“Acho que pouco agrega no tocante a votos. Mas o pessoal tem que ver o que os candidatos pretendem fazer e falam de forma bastante clara. Dobrar a área indígena que está demarcada no Brasil é o fim da nossa economia, o fim da nossa segurança alimentar. Todos nós defendemos a questão ambiental, o Brasil está com proposta excepcional na geração de energia offshore, de energia eólica do mar. Temos o potencial, só no Nordeste, de 50 vezes o que produz a Itaipu Binacional. Isso já está saindo da prancheta. O mundo está interessado na gente”, completou.

“De acordo com as mãos de quem estiver o futuro do Brasil, poderemos ter um retrocesso aí e mergulhar o Brasil no obscurantismo”, concluiu. A declaração de Bolsonaro ocorreu um dia após a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Ambos defendem a causa indígena. O petista surge na liderança das pesquisas de intenção de voto.


No mês passado, o presidente voltou a dizer que não pensa em cumprir a decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Novo Marco Temporal para terras indígenas, um julgamento em andamento na Corte. Com ares de ameaça, questionou: “Se for aprovado, eu vou ter que cumprir? Essa medida, quer seja aprovada, não é um crime que lesa a Pátria?” E disse para o setor ficar “tranquilo”, pois sabia o que deveria ser feito.

Também acompanham Bolsonaro no evento do interior paulista o candidato ao governo do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos); Marcos Pontes (PL), candidato ao Senado Federal; Frederick Wassef (PL), que concorre à Câmara dos Deputados; além de outros aliados do governo.

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