Campanha de Lula aciona TSE contra vídeo de Bolsonaro

Publicidade associa o Partido dos Trabalhadores (PT) a vandalismo e descontextualiza falas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Henrique Lessa

postado em 12/09/2022 18:22 / atualizado em 12/09/2022 18:24

(crédito: EVARISTO SA / AFP)

A área jurídica da coligação da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra uma propaganda veiculada pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) que associa imagens de vandalismo ao PT.

A propaganda tem início com a frase “Na época do PT, as manifestações eram assim” e exibe diversas imagens de confrontos e manifestações de vandalismo e violência. Na sequência, a propaganda muda para imagens aéreas das manifestações do 7 de setembro deste ano com os dizeres: “Mas hoje temos um novo Brasil sendo construído”. Com muitas imagens feitas na Esplanada dos Ministérios em Brasília, na Avenida Paulista, em São Paulo, e na Praia de Copacabana no Rio de Janeiro, a publicidade procura contrastar as primeiras com aquelas feitas nas manifestações bolsonaristas do último dia 7.

O comercial também utiliza imagens e falas do ex-presidente Lula fora de contexto para passar uma ideia de apoio do candidato petista ao vandalismo e contra a família. Para os advogados Eugênio Aragão e Cristiano Zanin Martins, na petição, a propaganda do atual presidente busca "sugerir, de maneira artificial e maliciosa, que o candidato atribui menor importância à família em seu posicionamento político".

Na ação, a campanha do ex-presidente Lula aponta o descumprimento da decisão proferida em liminar pelo ministro Benedito Gonçalves, do TSE, que proíbe o presidente de utilizar imagens captadas no 7 de Setembro durante os eventos oficiais do Bicentenário da Independência. A multa — em caso de descumprimento — é de R$ 10 mil por dia. 

A defesa de Bolsonaro deve apostar na difícil diferenciação entre o ato oficial do 7 de Setembro e a manifestação de apoio à candidatura do presidente, chamada para a mesma data e local em Brasília e no Rio de Janeiro. Na capital federal, após retirar a faixa presidencial, Bolsonaro caminha poucos metros para subir em um trio elétrico alugado pelo Pastor Silas Malafaia, um dos seus mais fiéis apoiadores, onde discursou, mas deve esbarrar em algumas imagens onde vê-se o presidente saudando populares e usando a faixa presidencial antes mesmo de subir à tribuna.