A ex-ministra Marina Silva (Rede) afirmou nesta segunda (12/9) que há no Brasil uma "mistura complexa, delicada, de fundamentalismo político com fundamentalismo religioso", referindo-se aos grupos evangélicos que apoiam o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Evangélica, ela opinou sobre como atrair votos e criticou ainda os pastores bolsonaristas que espalham fake news sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem declarou apoio.
"De fato, nós temos uma situação complexa na realidade política do nosso país, que é como lidar com uma mistura complexa, delicada, de fundamentalismo político com fundamentalismo religioso", disse a ex-ministra, após ser questionada por jornalistas sobre como pretende atrair o voto evangélico para Lula. Os dois participaram juntos, hoje, de uma coletiva de imprensa.
"O legado do Estado laico é uma contribuição da reforma protestante", disse ainda. "Para mim, a melhor forma [de atrair o voto] é sempre aquilo que fizemos, tratar com respeito a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros".
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Críticas a fake news sobre Lula
Marina também criticou os pastores aliados a Jair Bolsonaro (PL) que espalharam notícias falsas contra Lula, como a de que ele fecharia igrejas caso fosse eleito. "Eu disse que isso era uma mentira, porque ele foi presidente da República por dois mandatos e nunca se teve nem uma notícia de nem uma sobrancelha fechada para nenhuma igreja", completou.
Ela condenou ataques a outras religiões que não as cristãs, e defendeu ser preciso governar para todos. "O maior mandamento de Jesus é o mandamento do amor, e é o que eu acho que deve ser sempre a orientação de quem professa a fé cristã. Qualquer coisa que leve para o caminho do ódio, do exclusivismo político ou religioso não é bom para a democracia", afirmou.
Por sua vez, Lula concordo com o posicionamento. "A Marina disse corretamente: a gente não pede voto por conta da religião. Quando a gente sai à rua para trabalhar a campanha, a gente faz um programa para o país pensando no povo brasileiro. Não queremos saber de religião. Religião é muito sagrada, é coisa de cada um", disse o petista.
A reaproximação de Marina tem como principais eixos a questão ambiental e uma tentativa de alcançar mais o público evangélico, especialmente as mulheres, que ainda tem grande parcela de apoio a Bolsonaro. Segundo a ex-ministra, o reencontro foi "político e programático", e ela nunca deixou de estar próxima a Lula na esfera pessoa.
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