A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (9/9) mostrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) subiu dentro da margem de erro após os atos de 7 de setembro, marcando 34%, ante 32% do último levantamento. O ex-presidente Lula (PT) se manteve com 45%, e a distância entre os dois candidatos caiu para 11 pontos percentuais.
Em terceiro lugar na pesquisa, o pedetista Ciro Gomes oscilou para baixo dentro da margem de erro e marcou 7%. Simone Tebet (MDB) manteve os 5% conquistados no último levantamento, realizado após o primeiro debate presidencial, em 28 de agosto. Com as marcas, os dois candidatos da chamada "terceira via" estão empatados tecnicamente.
Completam a corrida presidencial Soraya Thronicke (União) com 1% das intenções de voto. Os candidatos Felipe d'Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (Democracia Cristã) e Padre Kelmon (PTB), que substituiu Roberto Jefferson, não pontuaram. Brancos e nulos são 4% e os indecisos marcam 3%.
Ao excluir votos nulos e brancos, Lula manteve os 48% das intenções de voto da pesquisa anterior e, pela margem de erro, pode oscilar para cima e estar perto de conquistar a Presidência no primeiro turno — para a Justiça eleitoral, esse feito ocorre quando um candidato conquista 50% dos votos válidos mais um. Já Bolsonaro oscilou para cima: saiu de 34% e foi para 36%.
A pesquisa foi realizada entre quinta (8/9) e sexta-feira (9/9) e entrevistou 2.676 pessoas, acima de 16 anos, em todas as regiões do país. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº BR-07422/2022 .
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi contratada pela empresa Folha da Manhã S/A, que edita o jornal Folha de S.Paulo, e pelo grupo Globo ao custo de R$ 473.780.
Segundo turno tem a menor diferença entre Lula e Bolsonaro
A nova rodada da pesquisa Datafolha também perguntou aos eleitores qual seria a preferência em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Para 53%, a escolha é o petista, ante a 39% do eleitorado que prefere o presidente.
O percentual de Lula é o mesmo do último levantamento, em 18 de agosto; o de Bolsonaro oscilou um ponto para cima. Nesse cenário, 7% disseram não votar em ninguém e 1% disse não saber quem escolheria.
Essa é a menor diferença entre os dois candidatos desde maio de 2021, quando o instituto passou a aferir a intenção de votos entre Lula e Bolsonaro. Na época, Lula tinha os mesmos 53% e Bolsonaro tinha 38%.
Impacto do 7 de setembro
A pesquisa foi realizada após os atos bolsonaristas no dia 7 de setembro, data em que também foi comemorado o bicentenário da Independência do Brasil. Na data, o presidente participou de desfiles cívico-militares em Brasília e no Rio de Janeiro. No final do dia, o presidente publicou nas redes sociais que o Brasil "acordou".
"Se antes falavam que éramos uma nação adormecida, hoje posso dizer que o Brasil acordou e está cada vez mais consciente do potencial que possui", escreveu na postagem acompanhada de uma foto do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, cidade onde esteve à tarde.
Na postagem, Bolsonaro ainda parabenizou apoiadores pela participação nas ruas. "Parabéns a todos por promoverem neste 7 de setembro de 2022 uma das maiores e mais lindas festas já vistas nos últimos 200 anos e em todo o planeta! Vocês mostraram ao mundo a beleza e grandeza do nosso país. Independência ou morte! Ontem, hoje e por toda eternidade!", escreveu. As imagens dos atos lotados são usadas pela militância bolsonarista como uma resposta aos resultados das pesquisas eleitorais, o chamado "datapovo".
Variação na última semana
No último levantamento, publicado em 1º de setembro, o ex-presidente Lula estava com 45% das intenções de voto, havia perdido dois pontos em relação ao levantamento de 18 de agosto. Já Bolsonaro mostrou estagnação ao repetir o percentual de agosto, de 32%.
Também na última pesquisa do instituto, Ciro Gomes e Simone Tebet, que se mantêm no terceiro e no quarto lugar na corrida, respectivamente, cresceram na preferência do eleitorado entrevistado. O pedetista marcou 9% e a emedebista cresceu para 5%— a pesquisa foi realizada após o debate entre os presidenciáveis realizado pela TV Band, onde Tebet e Ciro se destacaram.
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