O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (8/9), ter avisado irmãos e parentes sobre uma eventual busca e apreensão em imóveis da família. A declaração ocorreu durante transmissão por meio das redes sociais, em referência a compra de imóveis em dinheiro vivo apontados pela reportagem do Uol.
"O pessoal fala: "Por que você não entra na Justiça?" Até as eleições vai dar tempo de ver alguma coisa? Já liguei para os meus irmãos, meus parentes. "Cuidado que vão fazer uma busca e apreensão na casa de vocês. Estou avisando. Vão fazer busca e apreensão na casa de vocês daqui a poucos dias para ter aquele escândalo na mídia". Pegar a minha irmã com 50 e poucos anos de idade, a outra lá com 60 anos, uma busca e apreensão para ver se tem indício da grana que o presidente mandou para vocês para comprar 67 imóveis ao longo de 32 anos. Trabalho sujo, como sempre da Folha e do Uol", criticou.
Ao Correio, hoje, Bolsonaro alegou não ter informações de que a operação realmente ocorrerá.
"Não é questão de temer. É praxe. Fizeram isso para desgastar e agora vão pegar um pobre de um irmão meu, um ex-cunhado, uma irmã minha e fazer um escândalo, uma busca e apreensão em cima deles [para dizer] 'Tá vendo?' É isso. Estou falando abertamente, ninguém… não sei se eles estão sendo investigados, mas o que é natural acontecer é isso. Fazer um escândalo às vésperas das eleições."
No último dia 6, Bolsonaro caracterizou como “uma covardia” a matéria investigativa. E alegou que no contrato de compra da maioria dos imóveis está escrito “moeda corrente”, o que não significaria “dinheiro vivo”.
Segundo a matéria do UOL, quase metade do patrimônio em imóveis de Bolsonaro e de seus familiares mais próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie. Desde os anos 1990 até os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios familiares entrevistados. As compras foram registradas nos cartórios com o modo de pagamento 'em moeda corrente nacional', expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões.
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